sexta-feira, 19 de abril de 2019

q.b.

Perante a indisponibilidade de quatro dos mais importantes jogadores na manobra ofensiva - Dost, Raphinha, Wendel e Borja (que obrigou Acuña a jogar como lateral) -, a principal curiosidade da deslocação do Sporting à Choupana residia na forma como iriam responder as segundas linhas na tentativa de dar a melhor sequência à série de sete vitórias consecutivas. Keizer recorreu ao já habitual Luiz Phellype, colocando Diaby e Jovane nas alas e apostando em Doumbia como médio de transporte.

O novo onze correspondeu com uma atuação q.b., sendo que o q.b. estava situado num patamar bastante baixo face ao fraco nível da oposição. O Sporting dominou o jogo durante os 90 minutos, concedeu um total de zero oportunidades de golo ao Nacional e, mesmo mantendo um ritmo que de sufocante nada teve, foi criando oportunidades em número suficiente para voltar da Madeira com uma vitória confortável. A incerteza no resultado manteve-se, no entanto, até ao fim: a falta de acerto na finalização encontrou-se com uma inspirada exibição de Daniel Guimarães, e foi necessário esperar mais de uma hora até Luiz Phellype picar novamente o ponto. O brasileiro aproveitou novamente a oportunidade e assinou ou 5º golo na sequência de 5 jogos que fez a titular - com uma eficácia de aproveitamento assinalável. Luiz Phellype está a valer golos e pontos, correspondendo às melhores expetativas que levaram à sua contratação no mercado de inverno. Pelo menos está com um rendimento bem acima daquele que eu esperava.

Pela positiva, de destacar também os bons jogos de Acuña (assinou a 10ª assistência e vai no 4º jogo consecutivo para o campeonato com passes para golo), Gudelj (defensivamente), Doumbia (soltou-se na 2ª parte). Coates e Mathieu ofereceram a consistência habitual e Salin esteve muito seguro a sair dos postes a matar à nascença lances de potencial perigo para a sua baliza.

No extremo oposto... os extremos. Diaby até teve uns primeiros 20 minutos bastante aceitáveis - sobretudo na ligação entre setores - mas a partir daí perdeu-se nos equívocos habituais com bola. Jovane esteve pouco esclarecido e, exceção feita a um remate em arco da esquerda, não conseguiu gerar desequilíbrios individuais nem, a partir da meia hora de jogo, contribuir para desequilíbrios coletivos. Bruno Fernandes teve o jogo mais desinspirado dos últimos tempos, poucas coisas lhe saíram bem.

É certo que o calendário tem sido acessível, mas esta série de oito vitórias consecutivas evidencia um grau de maturidade e consistência que ainda não tínhamos observado esta época. Que continue assim até ao final da temporada.