No passado domingo, quando tinham decorrido 61 minutos do jogo de apresentação aos sócios, Marcel Keizer decidiu mexer pela primeira vez na equipa. Tirou de campo Mathieu, Borja, Dost e Vietto, lançando Neto, Acuña, Luiz Phellype e... Diaby. Estou a ser totalmente franco quando digo que fiquei imediatamente com vontade de sair do estádio quando me apercebi que o extremo maliano tinha entrado em campo.
Não tenho nada contra o homem e o profissional, mas, enquanto atleta, a totalidade da época 2018/19 foi mais que suficiente para demonstrar que o maliano não é nem nunca será jogador para o Sporting. Muito longe disso. Quando um colega lhe endossa a bola sem ser no pé, há 50% de hipóteses de Diaby cometer um erro - seja na avaliação do tempo e do espaço ideal para receber a bola para prosseguir a jogada, seja na própria qualidade do controlo do esférico. Isto é mau para qualquer jogador, mas é particularmente dramático para um extremo que, supostamente, tem na velocidade a sua qualidade mais diferenciadora. Nas ocasiões em que consegue dar sequência à jogada, entra depois em equação um segundo fator: a elevada probabilidade de se enrolar com a bola ou tomar uma decisão absurda. No domingo, proporcionou-nos mais uma triste demonstração da sua inabilidade quando protagonizou o momento insólito da tarde, ao cair sozinho à entrada da área do Valência depois de arrancar em velocidade.
A sua entrada deixou-me preocupado e a sentir-me um pouco defraudado. Preocupado, porque sabemos que Keizer é muito fiel aos seu núcleo duro de jogadores e o maliano é um deles. Se ficar no plantel, vai jogar com frequência. Defraudado, por uma questão de expetativas: depois das promessas feitas por esta direção na construção de um plantel mais competitivo, nunca me passou pela cabeça que teria de aturar mais um ano de Diaby. Não é apenas por não me sentir preparado para novos momentos de vergonha alheia que também é nossa. É também - e mais importante - pelo custo de oportunidade da sua utilização: cada minuto dado a Diaby é um minuto que Plata, Camacho ou Jovane não terão para crescer. E considerando o conjunto de extremos que temos, o sucesso desta equipa irá depender muito daquilo que os três jovens conseguirão evoluir com o decorrer da temporada.
P.S.: falo em Diaby por ser o caso (para mim) mais gritante, mas a conversa aplica-se também, em certa medida, a Ilori (face a Ivanildo e Quaresma) e, eventualmente, a Bruno Gaspar (face a Thierry). Que não se agravem os erros cometidos na época passada dando-lhes novas oportunidades para, inevitavelmente, nos voltarem a desiludir.
P.S.2: Agosto está aí à porta e nenhum dos principais problemas de excedentários (Viviano, Jefferson, André Pinto, Petrovic e Alan Ruiz) está resolvido. Bem sei que têm salários elevados que não são fáceis de impingir a outros clubes... mas não se fecha nem um desses dossiers?!