Platini, em entrevista, abre a porta a uma alteração das regras de forma a penalizar no próprio jogo as equipas mais faltosas.
in maisfutebol.pt |
O presidente da UEFA, Michel Platini, propôs trocar os cartões amarelos por exclusões temporárias do jogador.«Eu mudaria o sistema de advertências, os cartões», disse o francês em entrevista ao AS. Platini explicou depois que em vez de receber um cartão amarelo «um jogador ficaria 10 ou 15 minutos fora do jogo».O presidente da UEFA considera que «dessa forma, o benefício é da equipa opositora, no mesmo jogo, em vez de uma punição que transita para o jogo contra uma terceira equipa, a próxima no calendário».
Depois de lançar «apenas uma ideia», Platini concluiu: «Agora precisa de amadurecer para vermos se pode realmente ser bom para o jogo. É uma proposta a ser explorada.»
Se é para seguir o exemplo das boas medidas adotadas pelo rugby, proponho que a primeira seja a possibilidade de os médicos e massagistas poderem assistir um jogador lesionado com o jogo a decorrer, sem que se tenha que ser interrompido.
A quantidade de vezes que um jogo é interrompido para assistências médicas (ou pseudo-assistências é uma aberração, e se essa medida fosse aplicada todos sabemos que as lesões de jogadores cairiam a pique.
A questão de penalizar as equipas mais faltosas no próprio jogo parece-me interessante, mas a proposta de Platini parece-me demasiado penalizadora. O rugby é um desporto com uma componente física que permite um nível de contacto completamente diferente, que não é permitida no futebol e que por vezes não pode ser evitado. E com a quantidade de amarelos que os árbitros mostram por cá pouco seria o tempo em que se jogaria 11 contra 11.
Por exemplo, talvez fosse mais apropriado retirar um jogador de campo por n minutos por cada 5 faltas que uma equipa comete. Ainda seria mais justo se um jogador saísse de campo temporariamente por cada 3 faltas que cometesse, mas isso se calhar seria demasiado difícil de controlar -- e temos que considerar que nas ligas inferiores o controlo de uma regra destas exigiria recursos que não estão disponíveis.
E ainda há as questões da introdução da tecnologia e da avaliação de lances polémicos através de vídeo nas competições principais, mas isso parece algo bastante mais difícil de implementar, principalmente quando a FIFA não demonstra grande vontade de ir por aí.
De qualquer forma, parece-me bastante positivo esta abertura de Platini à revisão de algumas regras. É que uma coisa é certa: há muito por onde melhorar o futebol e não deve haver tanto receio em experimentar medidas novas. Lembro, por exemplo, a proibição de os guarda-redes agarrarem a bola quando são atrasos com o pé. Deu origem a alguns casos polémicos, mas o balanço é bastante positivo.