sábado, 10 de maio de 2014

Capas que não fizeram história, nº 33: Nostradamoutinho

                                                                                                                                  
É certo e sabido que para cada baixa, para cada insucesso, para cada percalço no caminho do Porto, o jornal O Jogo arranja logo uma estatística genial ou um testemunho de peso que aprove ou suporte aquilo que se vai fazendo no ex-campeão nacional.

No verão passado, o Porto vendeu James e Moutinho ao Mónaco num negócio conjunto que haveria de ser o rastilho para o corte de relações com o Sporting. Tratando-se de dois jogadores de grande importância no Porto, é natural que os adeptos vissem com apreensão a capacidade do clube em substitui-los -- principalmente Moutinho.

O Jogo, como é costume, tratou de acalmar o espírito dos portistas, e conseguiu uma opinião de peso sobre a questão da substituição de João Moutinho: a do próprio João Moutinho.

Junho de 2013 (obrigado @Lion_O_SCP!)

Moutinho afirmou que não se sentia insubstituível e apontou Castro como o seu sucessor. Todos sabemos como correu. Passados dois meses, o jovem médio das escolas do Porto foi despachado para a Turquia sem entretanto ter tido oportunidade de fazer um único jogo oficial pelo clube. A aventura turca acabaria por correr suficientemente bem para agora ter sido adquirido a título definitivo pelo Kasimpasa.

Mas as opiniões / previsões de Nostradamoutinho não se ficaram por aqui. Deu também o seu aval à contratação de Paulo Fonseca, descrevendo-o como um "grande treinador".

Olhando para o resto da primeira página desta edição, dá ideia que Moutinho acabou por agoirar os planos de praticamente todos os nomes referidos na capa. Patrício acabou por não se despedir dos colegas, Marcelo Boeck ficou mais um ano a preparar-se para ser nº 1, Costinha teve uma passagem desastrosa pelo Paços, Garay não foi vendido e Lisandro López é que acabou por ser despachado para Espanha, Miguel Lopes e o Bétis acabaram por não se entender, e Eduardo, para mal dos seus pecados, conseguiu desvincular-se do Génova e foi para o Braga onde teria uma época pouco feliz.

Fico com pena que O Jogo não tenha falado em Jorge Jesus nesta capa, mas por outro lado foi uma benção terem-se esquecido de falar de Leonardo Jardim.