No entanto, este pedido de desculpas impunha-se. Por muita razão o jogador tenha em ficar abalado pelo arrastar das negociações, não pode recusar-se a treinar e de estar disponível para aquilo que o treinador entender enquanto for funcionário do clube. Como tal, é de saudar a postura do Sporting, do jogador e do seu empresário por terem tido a presença de espírito necessária para apaziguar a situação.
A partir daqui, suponho que seja uma questão de tempo para Sporting e Manchester United se entenderem para concretizar a transferência do jogador. A recusa em treinar é uma atitude grave, mas não tão séria ao ponto de bloquear a progressão de carreira de um jogador que teve a humildade suficiente para se retratar publicamente da sua falha, e que teve um comportamento irrepreensível ao longo dos dois anos em que esteve connosco.
Gostava que Rojo continuasse connosco por muito tempo, mas na minha opinião a melhor atitude do clube será deixá-lo ir, assumindo que o Manchester United paga um valor justo pelo seu passe - com ou sem o acordo da Doyen. O jogador não tem culpa que o Sporting tenha assinado um acordo de transferência que à partida afastava praticamente qualquer hipótese de realização de mais-valia para o clube. Para além disso, se formos demasiado intransigentes na negociação com o United, o rasgar de contrato com a Doyen será visto como uma mera forma de amealhar milhões a que não teríamos direito, em vez da questão de princípio em não tolerar a ingerência do fundo na gestão desportiva do jogador.