Num jogo em que era imprescindível o regresso às vitórias, a equipa respondeu da melhor forma possível e conseguiu um resultado folgado de uma forma absolutamente categórica. Não só conquistou os três pontos, como voltou a apresentar um futebol veloz, imprevisível e objetivo que rapidamente se traduziu em dois golos que deram o mote para o jogo mais tranquilo da época. Uma partida que apadrinhou a titularidade de Jonathan, que realizou uma exibição positiva, e acima de tudo de João Mário, que foi simplesmente uma das maiores figuras do jogo.
Como é evidente, os problemas da equipa não desapareceram de um dia para o outro só por causa de uma vitória por 4-0 contra um adversário que atravessa um mau momento (apesar de para Ribeiro Cristóvão o Maribor ser pior equipa que este Gil Vicente, visto que, para o decano comentador, os eslovenos são uma equipa ao nível da nossa II Liga), mas deixemos essas preocupações para mais tarde - agora é altura de saborear o triunfo e os excelentes momentos de futebol que os nossos rapazes nos proporcionaram.
Positivo
Dinâmica do trio Nani / Adrien / João Mário - vai ficando progressivamente mais claro que com Marco Silva há uma liberdade no jogo ofensivo que o afasta dos processos mais rígidos a que nos habituámos com Leonardo Jardim. Hoje, se calhar também porque o adversário a isso permitia, vimos Nani, Adrien e João Mário a trocarem constantemente de posição, lançando o caos sobre a organização defensiva do Gil Vicente. O resultado desta dança a três foi bastante harmonioso e proporcionou-nos momentos deliciosos, dos quais o segundo e o quarto golo foram os pontos altos do fim de tarde que se viveu em Barcelos.
A estreia de João Mário a titular - dificilmente poderia ter sido melhor. Intensidade, inteligência e uma capacidade de passe fantástica, conseguindo duas assistências para os golos de Slimani e Carrillo, e uma outra na primeira parte que só não foi porque o argelino ainda estava em modo perdulário. Com esta exibição tirou todas as dúvidas que Marco Silva pudesse ter em relação a quem lançar naquela posição. Mais: se continuar a jogar assim ninguém lhe tirará o lugar.
O mortal de Nani - que saudades. E que golo!
Negativo
Falta saber matar o jogo mais cedo - Com dois golos marcados ainda antes de se chegar ao quarto de hora de jogo, pareciam estar lançadas as bases para uma vitória sem quaisquer sobressaltos. No entanto, o terceiro golo demorou demasiado tempo a aparecer e, apesar de não acreditar em bruxas, naquele princípio de segunda parte cheguei a temer por um golo do Gil Vicente que pudesse reabrir o resultado (muito por culpa de uma boa entrada em jogo de Diogo Viana perante um desamparado Jonathan Silva). Com as fragilidades psicológicas causadas pelos maus resultados da última semana, um golo fortuito daria lugar a um final de jogo que seria, no mínimo, angustiante. Felizmente a equipa soube reagir a uma certa apatia que predominou no início da 2ª parte, e acabou por fazer pela vida para arrumar definitivamente a questão.
E assim conseguimos uma vitória tranquila que permitirá trabalhar com maior serenidade os dois desafios importantíssimos que se seguem. Curioso que há 8 dias, após o final do jogo com o Belenenses, todos nós nos imaginávamos a 6 pontos do Porto, que colocaria uma carga psicológica imensa no clássico de sexta. Afinal vamos recebê-los com uma desvantagem de apenas 2 pontos, o que significa que a pressão estará bastante mais distribuída do que se supunha.