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| in record.pt |
Mais uma viagem ao estrangeiro, mais uma chegada ao aeroporto, mais declarações aos jornalistas, mais declarações que muitos (se não todos) considerarão incendiárias. Menos de uma semana depois de chamar rufia a Pinto da Costa, Bruno de Carvalho voltou à carga e não se poupou nas palavras sobre o ambiente que estará reservado no Dragão para a receção ao Sporting, no confronto para a Taça de Portugal agendado para daqui a 10 dias.
Não é segredo para ninguém que tenho a opinião de que Bruno de Carvalho está a fazer um trabalho notável enquanto presidente do Sporting. No entanto, como qualquer ser humano, tem defeitos. E falar vezes demais e num estilo demasiado agressivo será provavelmente o mais visível.
Mas neste caso não vejo nada a apontar ao presidente do Sporting. Não estamos a falar propriamente de um clube de anjinhos que recebe os adversários com mulheres havaianas a distribuir colares de flores e cocktails, enquanto se abanam suavemente ao som da música local e cumprimentam os recém-chegados com um "Aloha" caloroso.
Falamos de um clube com um histórico que deveria fazer corar qualquer pessoa de boa consciência. Não me refiro aos problemas com adeptos - que infelizmente existem em todos os clubes - mas sim aos próprios dirigentes, e a toda a pressão ilegítima que sempre fizeram aos clubes que os visitam, que ultrapassa em muito todos os limites razoáveis.
Falo dos balneários empestados...
... dos ameaças e insultos do famoso guarda Abel, um "graduado" da polícia...
... das agressões a jornalistas (por amigalhaços da direção)...
... dos insultos e agressões a jornalistas (pela própria direção - nem estou a contar com Rui Cerqueira, pois as duas vezes que agrediu jornalistas foi noutros estádios)...
... ou ainda seguranças privados do clube que há oito meses se sentiram à vontade para empurrar polícias...
... e nem imagino a quantidade de situações que terão acontecido mas que nunca chegaram a ver a luz do dia.
Bruno de Carvalho fala demasiado, sem dúvida. Na minha opinião terá que ter cuidado com a quantidade de intervenções que faz, porque corre o risco sério de se desgastar perante uma grande parte dos sportinguistas. Mas tudo aquilo que poderá dizer sobre o risco (não desportivo) que está subjacente a uma visita a este estádio nunca será suficiente para fazer justiça a todos os episódios que por lá ocorreram com total impunidade.
