via Futebol NOW
Na idade média era muito comum ver os segundos filhos de famílias nobres seguirem uma carreira eclesiástica, já que todas as propriedades e riquezas eram passadas para o filho varão de forma a não enfraquecer o poder da casa. O clero era uma classe com muito poder, e esses filhos dos nobres, sem perspetivas de terras ou títulos, acabavam por ter assim a sua oportunidade de contribuir para o reforço da força da família. Assim, era frequente que o nobre arranjasse forma de colocar o seu filho como auxiliar de bispos ou de qualquer outro mentor capaz de facilitar a subida do jovem na escada hierárquica da Igreja.
O que já não era tão comum, era que um desses filhos de nobres fosse para uma ordem que exigisse um voto de pobreza, como os franciscanos. Menos comum ainda era ver o próprio Duque decidir ele próprio passar a Frade.
Ontem assistimos a um desses raros casos na história da humanidade, neste caso tendo como mentores o "Papa" e o dono de uma "Catedral". É admirável ver um homem com fama de bon vivant ter a humildade e a coragem para renunciar a bens materiais nada negligenciáveis (nomeadamente um salário que andará à volta dos €10.000 mensais), satisfazendo-se com a alimentação espiritual proveniente da justiça da causa a que prometeu dedicar-se.
Mais uma originalidade do futebol português. S. Francisco de Assis ficaria orgulhoso.