Há pouco mais de um mês, o jornal O Jogo fez um trabalho de qualidade duvidosa, carregado de erros e omissões, que lhes serviu para concluírem que a predominância da academia do Sporting no panorama da formação de jogadores em Portugal é um mito.
No trabalho realizado pelo jornal, chegou-se à conclusão que os factos demonstram que o Porto é o grande clube formador do futebol nacional, pois tem 34 jogador formados no Olival a jogar na I Liga, contra 27 do Sporting. Curioso, no entanto, que para a contabilidade do Porto tenham entrado jogadores como Quiñones, que chegou a Portugal com 20 anos, enquanto que do lado do Sporting não foram incluídos atletas como William Carvalho (!), Ricardo Pereira, Carlos Martins, Fernando Ferreira ou Victor Golas. Isto para não falar que as conclusões retiradas por O Jogo se basearam apenas numa questão de quantidade, ignorando a qualidade média dos produtos de cada uma das academias.
O CIES divulgou ontem um novo estudo sobre os clubes que mais jogadores fornecem às 5 principais ligas europeias (Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França) e, como seria de esperar, as academias desses próprios países predominam (é normal que jogadores formados num país permaneçam na sua maioria no mesmo país). Numa lista de 52 clubes formadores, apenas 4 são de países externos aos Big-5:
O Sporting é o 4º clube exterior aos países Big-5 nesta classificação, atrás de River Plate, Ajax e Boca Juniors, sendo o único clube português representado.
Seria curioso se tivessem incluído a liga portuguesa neste estudo. Basta ver que se acrescentassem ao universo dos Big-5 os clubes portugueses que estão presentes na Liga dos Campeões (Sporting, Benfica e Porto), o Sporting passaria a ter 24 jogadores formados - ou seja, seria suficiente para atingir o 6º lugar desta tabela. Se somássemos os clubes portugueses presentes na Liga Europa (Estoril e Rio Ave) passariam a 28 jogadores - dava para um 5º lugar isolado.
Veremos se isto dará direito a chamada de capa no jornal O Jogo.