Sobre os jogadores utilizados por Fernando Santos, gostei de ver o miúdo Raphael Guerreiro - mais uma opção para o futuro -, mas seria bom ver um pouco mais de sangue novo no onze inicial. Mais de meia equipa que começou o jogo de hoje ultrapassa os 30 anos (Bosingwa, Pepe, Carvalho, Tiago, Danny e Postiga), Ronaldo tem 29, Moutinho 28, Nani 27 e Rui Patrício 26. De qualquer forma compreendo que Fernando Santos esteja principalmente preocupado em colocar-nos a salvo da quase sempre inevitável calculadora a que temos de recorrer quando as qualificações se complicam.
Destaque também para Quaresma: 3º jogo em que entra, 3º jogo em que é peça fundamental para chegarmos ao golo (marcou penálti na França, assistiu Ronaldo na Dinamarca, ajudou a furar a defesa da Arménia no lance do golo). Mesmo aqueles que não são fãs de Quaresma admitirão que o jogador tem características que, face ao que a seleção tem disponível, podem ser extremamente úteis em jogos que não desatam. Não se compreende como Paulo Bento abdicou de o levar ao mundial.
Era difícil pedir mais a Fernando Santos neste início de "mandato": apanhou uma equipa destroçada que era a pior classificada do grupo e em dois jogos coloca-nos como a equipa que menos pontos perdeu. Não sei se trouxe com ele os adjuntos que tinha na Grécia, mas a estrelinha que sempre teve enquanto selecionador grego parece não o ter abandonado: vitória na Dinamarca no último minuto e um jogo do grupo em que ambas as equipas saíram derrotadas são bons exemplos da tal estrelinha. Em contrapartida, a Grécia perdeu hoje em casa com as Ilhas Faroé (!), naquela que foi a 3ª vitória oficial na história desta seleção que normalmente só é recordada pelas goleadas que proporciona aos adversários.