Os semblantes carregados que se viram no final do jogo fazem justiça à miserável exibição que realizámos hoje. Se tivesse um espelho para me observar quando o árbitro apitou para o final da partida, certamente que não encontraria grandes diferenças entre a minha expressão e as de Bruno de Carvalho ou Marco Silva. E imagino que as de praticamente todos os sportinguistas que assistiram ao jogo. Foi má, demasiado má, a imagem que deixámos. Não há desculpas nem atenuantes para o facto de termos passado tantas dificuldades perante uma equipa do 3º escalão nacional, com a agravante de o 1º golo ter sido marcado através de um penálti inexistente. Salvou-se o resultado e a qualificação para os quartos de final, ficando a esperança que até lá a equipa consiga encontrar uma saída do labirinto anímico em que se deixou perder.
Positivo
A qualificação para os quartos de final - lá dizia a Scarlett O' Hara que amanhã será um novo dia.
Bolas paradas ofensivas - para além do penálti exemplarmente marcado por André Martins, muito bom o desvio de Paulo Oliveira no 2º golo na sequência de um livre e o oportunismo de Mané após desvio de Carrillo a partir de um canto. Temos tido um aproveitamento muito fraco deste tipo de lances, foi refrescante por uma vez termos resolvido um jogo desta forma.
Cédric - não é que tenha feito um grande jogo, mas foi dos mais inconformados. Gostei de o ver de novo em campo após as estranhas ausências contra Boavista e Moreirense. Tem que ser titular.
Negativo
Tudo o resto - incapacidade para trocar a bola com rapidez no meio-campo adversário e causar desequilíbrios, tremendas dificuldades em manter o Vizela longe da nossa área, a defesa incompleta de Marcelo que ofereceu o empate ao adversário, mais um golo sofrido a partir de um canto, falta de velocidade, atitude, concentração, enfim, uma noite para não repetir.
Apesar de tudo é preciso relembrar que esta fase negativa não é particularmente longa. A derrota com o Chelsea tem que ser encarada como natural, a que se seguiu uma sequência de dois jogos maus contra adversários acessíveis. Antes disso fizemos boas exibições contra Espinho, Maribor, Boavista e Setúbal. Como é evidente, isso pode não servir de grande consolação agora, mas é importante não cairmos em depressão como se estivéssemos num ciclo terrível de resultados e exibições à imagem daquilo por que passámos há dois anos. Apesar de tudo, são realidades bem diferentes.
Para já não comprometemos um dos objetivos mais importantes da época, o que num dia de tão pouca inspiração acaba por ser um luxo pouco frequente. Domingo a resposta da equipa terá que ser bem diferente.