A época 2014/15 ainda não chegou a meio, mas é indiscutível que até ao momento já nos proporcionou sensações muito diversas: a vingança conseguida em Alvalade contra o Schalke e a eliminação da Taça do Porto no Dragão foram provavelmente os momentos mais inspiradores; e no polo oposto colocaria o empate na Eslovénia, as derrotas em Gelsenkirchen e Guimarães e - o pior deles todos - o empate caseiro com o Moreirense.
Os resultados em casa do Maribor e do Schalke custaram-me muito por terem sido extremamente injustos e decididos ao cair do pano, mas depois de digerir os erros individuais e do árbitro que sentenciaram esses jogos ainda sobraram muitos pontos positivos para olharmos para o futuro com confiança. A derrota em Guimarães foi bastante amarga por causa dos números e da fraca exibição, mas a sorte do jogo esteve toda com o Guimarães (que se vê a ganhar por 2-0 sem pouco ter feito para isso) e mais pareceu um acidente de percurso naquilo que estava a ser na altura uma sequência de jogos bem conseguidos.
Mas ainda agora me custa pensar no empate com o Moreirense. A ausência de aplicação da equipa na primeira parte - que se colocou na ingrata e desconfortável posição de ter que virar o resultado -, a falta de discernimento da segunda parte e a inqualificável reação após o golo do empate (em vez de tentarem aproveitar todos os segundos disponíveis para chegar à vitória) foram um violento murro no estômago, não o posso negar.
Está a ser difícil de esquecer porque a expetativa era a de reduzir o fosso para pelo menos um dos rivais da frente, nunca para ficar mais longe do 1º lugar. Foi um daqueles momentos em que nos ficamos a questionar se valerá a pena fazer tantos sacrifícios para apoiar os jogadores que envergam as nossas camisolas. Sim, sabemos que são profissionais, têm uma relação bastante mais desapaixonada pelo clube e que nunca sentirão as vitórias e as derrotas como quem está nas bancadas, mas há mínimos que temos que exigir - e o que se passou no domingo foi um desrespeito pelo clube e pelos adeptos.
Hoje jogamos com o Vizela para a Taça. Parece-me desnecessário referir a importância que esta competição poderá ter para nós esta época. Estamos a apenas 5 jogos de a conquistar, e temos que encarar autenticamente cada jogo como uma final - o que passa por nunca menosprezar a oposição, por mais modesta que possa parecer.
Compreendo e aceito que Marco Silva aproveite para fazer mudanças no onze. A diferença teórica entre ambas as equipas é evidente - quaisquer que sejam os jogadores que entrem em campo temos a obrigação de vencer confortavelmente - mas a única atitude aceitável dos jogadores escolhidos será darem tudo o que têm, do primeiro minuto até à vitória estar assegurada. Respeitem o adversário e respeitem-nos a nós. Depois do que (não) fizeram no domingo, devem-nos isso.