sábado, 28 de fevereiro de 2015

Mentorias improváveis, ou todo um novo significado para a frase "Sigam o King"

Nos últimos dias, os benfiquistas têm andado numa roda viva pela blogosfera e redes sociais fora a elaborar dois tipos de listas: (1) uma compilação dos casos de jogadores ligados contratualmente ao Porto que não alinham contra o seu clube - algo que todos sabem que o Benfica também faz com total despudor; (2) e o apanhado dos casos de um fenómeno que agora parece estar a ganhar popularidade, que é o dos jogadores emocionalmente ligados ao Porto que viram um cartão amarelo ou vermelho que os deixou de fora na partida contra os azuis e brancos.

Estive à procura de um exemplo ilustrativo para partilhar aqui no blogue. O problema é que não é fácil encontrar um não contenha incorreções factuais, omissões convenientes, ou erros ortográficos ou de sintaxe significativos. Mas felizmente, com algum esforço, lá acabei por encontrar este:

Rui Gomes da Silva aprova esta mensagem no seu Facebook

Agora mais a sério: como é evidente, nunca teremos forma de saber se estas situações são fruto do acaso ou se os jogadores optaram, por iniciativa própria, por se excluírem do jogo contra o seu clube do coração orientados por um sentido de lealdade pouco compatível com seu o estatuto de jogador profissional. Mas independentemente disso é legítimo que os benfiquistas chamem a atenção para todas estas coincidências - ainda mais considerando que os desabafos de André Simões no Facebook estão bem frescos na memória de todos. 

No entanto, parece-me que os próprios benfiquistas deveriam simpatizar com este tipo de atitudes, já que André Simões, André André e Tengarrinha estão apenas a seguir as pisadas de uma lenda que é venerada há décadas no estádio da Luz como um exemplo de desportivismo e seriedade:

(obrigado, José!)

Qual é a silver lining no meio disto tudo? Partindo do pressuposto de que os três jogadores mencionados se excluíram propositadamente do jogo com o Porto, pelo menos deram lugar a outro que dará o litro. Não é grande atenuante, eu sei, já que não deixaria de ser mais um exemplo de desvirtuamento da verdade desportiva no futebol português. Comparando objetivamente os dois casos, este novo surto de suspensões consegue ser menos mau do que aquilo que Eusébio fez perto do final da sua carreira: ir para dentro de campo mais preocupado com os interesses do adversário do que com os da equipa que na altura representava.