segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O campo das reviravoltas

O Sporting entrou bem no jogo. A equipa mostrou querer adiantar-se rapidamente no resultado, e Adrien e Montero poderiam ter marcado bem cedo. A chuva caía, o terreno de jogo prometia ir ficando progressivamente em pior estado, e era um daqueles casos em que não se devia deixar para depois aquilo que se podia fazer no momento. Mas de repente há uma bola bate na mão de Tobias, o árbitro assinala penálti e o Arouca acaba por se ver a ganhar o jogo.

As perspetivas ficaram subitamente bem mais negras, mas na realidade não foi nada que não tivesse acontecido no ano passado - e mais uma conseguimos vez dar a volta ao resultado. A forma como o conseguimos é que foi bem diferente: enquanto que em 2013/14 marcámos dois golos à base de bolas bombeadas para o centro da área, desta vez o relvado manteve-se num estado suficientemente decente a ponto de permitir as sucessivas trocas de bola rasteiras que acabariam por estar na origem dos tentos de Montero e Carrillo.



Positivo

A hora dos desaparecidos - tanto Mané como Carrillo não fizeram propriamente um jogo ao seu melhor nível, mas acabaram por ser ambos decisivos nos três golos do Sporting. Primeiro Mané, que repentinamente arrancou com a bola controlada pelo flanco esquerdo, soltando no momento certo para Montero fazer o primeiro golo. Depois a jogada do segundo golo: Adrien recupera o ressalto no árbitro e coloca em Carrillo, que põe em João Mário e dispara num sprint para a baliza. João Mário coloca em Mané, que faz de imediato um passe rasteiro para o recém-chegado Carrillo fazer o 2-1. E para terminar foi o peruano quem marcou o canto para o golo de Tobias Figueiredo. 

O trio do meio-campo - ao contrário de Mané e Carrillo, o trio do meio-campo conseguiu um jogo de excelente nível durante os 90 minutos. William mais uma vez confirmou a excelente forma em que se encontra, estando muito bem na recuperação de bolas e na distribuição para os colegas. Adrien foi um guerreiro que esteve em todo o lado e teve um papel decisivo no primeiro golo ao lançar Mané no flanco esquerdo após sucessivas trocas de bola entre ambos. Pena apenas a oportunidade falhada no princípio da segunda parte. João Mário nunca virou a cara à luta, mas esteve sempre muito esclarecido e acabou por ter um papel importante no segundo golo ao fazer o passe para Mané. E já agora, André Martins também entrou muito bem - apenas falhou na finalização.

Uma dupla de centrais que promete - a fiabilidade de Paulo Oliveira começa a ser um hábito - e hoje não foi exceção - mas Tobias foi o central que mais se destacou. É verdade que esteve diretamente ligado ao golo do Arouca pelo penálti - um daqueles que só em Portugal se marca, já que a falta de intencionalidade é evidente - mas esteve imperial tanto no jogo aéreo como em situações de um para um. Não se deixou desmoralizar pelo lance da grande penalidade, e apenas me lembro-me de uma falha em todo o jogo quando deixou-se desarmar ainda no nosso meio-campo durante a segunda parte. E, claro, o golo que marcou acabou por matar o jogo em definitivo.

Cabeça no sítio - William e Adrien viram amarelos com o jogo ainda com muito tempo de jogo pela frente (e o resultado em aberto), mas felizmente não deram quaisquer pretextos para verem um 2º amarelo. Alguma coisa me diz que não seria necessário grande coisa para que o árbitro os mandasse para o balneário mais cedo.

Iuri jogou contra o Sporting - e é assim que deveria ser sempre com os jogadores emprestados que defrontam os seus clubes de origem. Felizmente ainda há bons exemplos no futebol português, pena é que venham sempre do mesmo lado.


Negativo

A expulsão de Jonathan - o argentino mereceu ver o 2º amarelo, mas é inacreditável que entre a falta completamente despropositada do jogador do Arouca e a forma agressiva como o banco do Arouca rodeou e empurrou Jonathan, o árbitro só tenha encontrado comportamentos incorretos em Augusto Inácio.

David Simãozinho - passou o jogo no chão, queixando-se por tudo e por nada. Até se atirou ao árbitro quando este não conseguiu desmaterializar-se após um passe que foi na sua direção. Só faltou mesmo isto:




Bem bom. Sexta vitória consecutiva no campeonato, num campo muito complicado, mesmo desfalcados de Jefferson, Nani e Slimani. A propósito, a Argélia foi eliminada e Slimani estará de volta a tempo do derby. Apesar da desgraça que se perspetivava pela ausência do argelino, tivemos uma prestação 100% vitoriosa.