quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Boas dores de cabeça para Jesus

Na primeira vitória desta época na Liga Europa, o Sporting teve uma exibição que alternou entre momentos empolgantes em que criou oportunidades de golo suficientes para conseguir uma goleada das antigas, e períodos de total apatia a lembrar um daqueles jogos de fim de temporada em que já não há nada em disputa. É claro que a goleada por 5-1 não pode ser dissociada do facto de ter sido o próprio Skenderbeu a carregar no botão de autodestruição, entregando os três pontos de bandeja com uma expulsão ridícula e cometendo dois penáltis perfeitamente desnecessários. Apesar das facilidades concedidas, nunca houve qualquer dúvida entre a diferença de nível entre o Sporting e o Skenderbeu. As segundas linhas gritaram "presente", e deram seguramente a Jorge Jesus bons motivos para questionar as ideias que tem na cabeça para o seu onze preferencial.



Positivo

O omnipresente Montero - um jogo em cheio do colombiano: sofreu os dois penáltis que estiveram na origem dos dois primeiros golos do Sporting, converteu o segundo, lançou Jonathan para o cruzamento para o 3-0, marcou o livre para a cabeça de Tobias no 4-0, esteve particularmente dinâmico na construção de jogo após a entrada de Slimani e ficou muito, muito perto de marcar pelo menos mais dois golos (um tirado em cima da linha por um defesa do Skenderbeu e outro numa bomba de fora da área). Foi o melhor jogador em campo.

Matheus with a bang - terceiro jogo pela equipa principal. No primeiro, contra o Besiktas, fez a assistência para o golo de Bryan Ruiz. Contra o Vilafranquense marcou os dois primeiros golos da equipa. Hoje voltou a bisar. Três jogos, quatro golos e uma assistência. Quem acompanha Matheus desde as camadas jovens não ficará de forma alguma surpreendido com a sua inevitável afirmação no plantel principal, mas estes números são efetivamente uma entrada com estrondo que supera as expectativas mais otimistas. Para além disso, parece estar com a cabeça muito bem arrumada, o que é meio caminho andado para conseguir concretizar o inacreditável potencial que tem.

Mané a puxar pela equipa - é preciso não esquecer que a exibição não foi equilibrada ao longo dos 90 minutos, tendo havido mesmo alguns momentos em que a apatia parecia generalizada. Nesse período, Carlos Mané foi quem mostrou mais iniciativa para agitar a partida, tendo conseguido uma exibição bastante consistente - mesmo não tendo marcado golos ou feito assistências.


Negativo

Os minutos que se seguiram à expulsão - o Sporting entrou bem no jogo, mesmo sem carregar muito conseguiu criar várias oportunidades de golo. Quando o jogador albanês foi expulso, seria de esperar que a equipa forçasse o andamento para resolver rapidamente a partida, mas foi precisamente o contrário que aconteceu: os jogadores levantaram quase todos o pé do acelerador e a qualidade de jogo caiu de forma impensável. O 1-0 acabou finalmente com o torpor instalado e a equipa foi gradualmente melhorando o nível exibicional.

O golo sofrido - 90 minutos, 5-0, canto a favor do Skenderbeu. Na área estavam 9 jogadores do Sporting, contra 4 do Skenderbeu. Bola batida para o segundo poste e o jogador albanês cabeceia completamente à vontade, perante a péssima abordagem de Ewerton. Uma falha de concentração sem consequências, mas que irrita por mais uma vez a equipa ter oferecido de forma completamente displicente um golo ao adversário.



Continuamos em terceiro lugar no grupo, mas está tudo em aberto. Há que vencer na Albânia para podermos atacar as duas últimas e decisivas jornadas de forma a assegurar o apuramento para a fase seguinte.