O Football Leaks já tinha divulgado, no passado, documentos em que o Porto autorizava a Doyen a negociar diretamente com o Manchester City a venda da percentagem dos direitos económicos de Mangala que o fundo detinha (LINK). Segundo o que se disse na altura na imprensa internacional, a FIFA iniciou uma investigação por suspeitar que essa autorização do Porto estaria a infringir o artigo 18bis do regulamento de transferências:
O artigo diz que nenhum clube pode ceder a terceiros a capacidade de interferir em assuntos relacionados com transferências de jogadores. Mas foi precisamente isso que o Porto fez voluntariamente, ao permitir que a Doyen negociasse separadamente a sua parcela dos direitos económicos: se o acordo entre o Manchester City e a Doyen falhasse, então o acordo entre o Manchester City e o Porto para a transferência de Mangala abortaria.
Hoje, o Football Leaks revelou o contrato de transferência de Mangala do Porto para o Manchester City. E se dúvidas existissem em como o Porto violou o artigo 18bis do regulamento de transferências da FIFA, ficam agora totalmente desfeitas.
O acordo entre Porto e Manchester City começa por listar as partes envolvidas na transferência: para além de Mangala e dos clubes, são identificadas duas outras entidades: a Doyen, detentora de 33,33% dos direitos económicos, e a Danubio, detentora de 10% que anteriormente pertenciam à Robi Plus de Luciano D' Onofrio.
Uma vez identificadas todas as partes interessadas, o ponto 2 é totalmente claro e revelador:
Está escrito explicitamente que a transferência está dependente dos acordos separados entre Manchester City e Doyen e entre Manchester City e Danubio. Por outras palavras, falhando um desses acordos, a transferência de Mangala não se concretizaria. Ou seja, o artigo 18bis está a ser duplamente desrespeitado.
Uma última observação: este documento não é nenhum draft. Está assinado por representantes dos dois clubes. Tem agora a palavra a FIFA.