quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O dilema da Liga Europa

O Sporting regressa mais logo aos desafios europeus e, como tem sido costume esta época, a doutrina dividir-se-á sobre o nível de aposta que deve ser feito pela equipa técnica. É para disputar como se de uma final se tratasse, colocando a carne toda no assador e jogado com o máximo de intensidade? Será mais sensato fazer algum tipo de rotatividade, procurando gerir de forma equilibrada as partidas em função da sua dificuldade, mas também da sua importância para os objetivos da época do Sporting? Ou, no limite, rodar jogadores de uma forma radical de modo a não desgastar os habituais titulares que, na próxima segunda-feira, terão a importantíssima missão de vencer o Boavista?

Creio que todos os sportinguistas têm consciência de que o Bayer Leverkusen é um adversário complicadíssimo, com um estilo de jogo que provocará um desgaste imenso aos jogadores escolhidos por Jorge Jesus.

Há portanto, três fatores a considerar na abordagem ao jogo de logo: de um lado a ambição de querer fazer uma boa campanha europeia, do outro o objetivo campeonato e, pelo meio, o prestígio internacional do clube.

A minha opinião sobre este tema não mudou: vejo a Liga Europa como um empecilho para aquilo que é realmente importante: segurar o 1º lugar no campeonato e chegar a maio como campeão. Não estamos a falar apenas de um jogo. Temos o de hoje, temos o da próxima semana e, se nos formos apurando, ainda mais 6 jogos de intensidade máxima que se irão interpor entre jornadas do campeonato. Isto, contra potenciais adversários como o Tottenham, Fiorentina, Manchester United, Dortmund, Porto, Sevilha, Napoles, Liverpool, Braga, Marselha, Valência, Shakthar ou Shalke 04.


Se tivessemos 9 pontos de avanço sobre o segundo classificado, se calhar valeria a pena apostar tudo nestes jogos. Mas num campeonato que tem todas as dificuldades que são conhecidas e que será disputado até ao fim, não tenho dúvidas que a questão física terá um papel fundamental na definição do futuro campeão.

Sei que o prestígio do clube também está em causa. Como tal, é impossível abordarmos este jogo como o de má memória na Albânia, com uma revolução total no onze, sob pena de sofrermos uma derrota humilhante. Mas espero pelo menos que Jorge Jesus poupe alguns dos habituais titulares em função do desgaste físico que possam revelar na segunda-feira. Não troco uma vitória contra o Boavista por uma vitória contra o Leverkusen.

Independentemente desta minha visão sobre a importância (ou falta dela) desta eliminatória, lá estarei logo no estádio a torcer pela nossa equipa. Racionalmente não faço qualquer questão que o Sporting seja apurado, mas é-me impossível desejar outro resultado que não seja a vitória.

P.S.: Em relação aos pontos para a UEFA, é uma questão menor. O campeão português será sempre uma equipa de Pote 1 na próxima edição da Liga dos Campeões, independentemente do ranking do clube.