Durante a tarde de ontem, começou a circular um ficheiro áudio de uma longa conversa que Bruno de Carvalho teve em off com um conjunto alargado de jornalistas, na manhã que antecedeu o Sporting - Belenenses.
A meu ver, existem três níveis de análise relevantes.
O primeiro, relativamente ao conteúdo do que foi dito - a forma não me interessa para nada, a partir do momento em que está a ter uma conversa que não devia ser do domínio público. Daquilo que ouvi (alguns excertos que foram partilhados nas redes sociais), não me apercebi de nada que seja preocupante ou nocivo, com exceção da forma como falou da gala. O facto de ser graças a si que a gala existe (e ainda bem que tomou essa iniciativa) não lhe dá direitos de propriedade sobre o evento. De qualquer forma, convém recordar que a conversa já tem um mês, pelo que não sabemos se entretanto não terá mudado de ideias em relação ao erro que a gestão desse tema.
Em segundo lugar, Bruno de Carvalho já anda há demasiado tempo nisto para continuar a cometer erros destes. Quando está rodeado de jornalistas, deve partir do pressuposto de que utilizarão tudo o que puderem para prejudicarem o Sporting e a ele próprio. Não são amigos seus, não são sequer de confiança, pelo que devem ser tratados sempre com um nível de distanciamento e calculismo apropriado.
Por último, o mais importante: é inadmissível que tenha havido um jornalista que tenha gravado e difundido a conversa. A gravação não foi, obviamente, autorizada, e a sua realização revela premeditação. Resta apenas a dúvida sobre se o autor o fez por iniciativa individual, ou se com o conhecimento dos seus colegas e superiores.
Aguardemos também para ver que órgãos de comunicação social usarão isto. Para além da CMTV (vá, tentem mostrar-se surpreendidos) não me apercebi de ninguém - para já - que o tenha feito. Quem decidir divulgá-las está, na minha opinião, a declarar guerra ao Sporting. Como tal, espero uma retaliação firme por parte do clube contra quem o faça.
Veremos também o que dirá o sindicato dos jornalistas em relação ao que se passou. Desde o caso do off-the-record de António Oliveira, há cerca de 20 anos, que não sucedia um caso igual no futebol português. Para quem ainda tinha dúvidas sobre o tratamento diferenciado - ou, por outras palavras, a perseguição - de que Bruno de Carvalho é alvo por parte da comunicação social desportiva, aqui fica mais uma prova. Felizmente, neste caso, não deve ser difícil, através do som, determinar quem foi o autor da gravação. Há uma quebra gravíssima do código deontológico, pelo que é obrigatório haver consequências para o responsável.
Veremos também o que dirá o sindicato dos jornalistas em relação ao que se passou. Desde o caso do off-the-record de António Oliveira, há cerca de 20 anos, que não sucedia um caso igual no futebol português. Para quem ainda tinha dúvidas sobre o tratamento diferenciado - ou, por outras palavras, a perseguição - de que Bruno de Carvalho é alvo por parte da comunicação social desportiva, aqui fica mais uma prova. Felizmente, neste caso, não deve ser difícil, através do som, determinar quem foi o autor da gravação. Há uma quebra gravíssima do código deontológico, pelo que é obrigatório haver consequências para o responsável.