Não fiquei espantado que o Conselho de Disciplina de Meirim tenha decidido arquivar a queixa da agressão de Eliseu a Diogo Viana no Benfica - Belenenses da 3ª jornada. O motivo da falta de surpresa tem unicamente a ver com o modus operandis deste CD. Um órgão disciplinar isento e justo não poderia tomar uma decisão que não fosse a suspensão de Eliseu. A agressão é tão clara como bárbara, e o pior é que não é um caso isolado: ainda no passado sábado, Eliseu voltou a demonstrar que agredir adversários é somente uma questão de oportunidade - fala-se na cotovelada que deu num jogador do Rio Ave, mas ainda mais chocante foi o pontapé que deu num adversário caído junto aos placards de publicidade.
Voltando à agressão de Eliseu a Diogo Viana, admito que Rui Costa, o árbitro da partida, tenha desculpa para não ter sancionado esta agressão com a respetiva expulsão, pois é possível que o seu ângulo de visão não fosse favorável a uma avaliação correta do lance. No entanto, é um escândalo que o padre Vasco Santos, responsável pelo VAR nessa partida, não tenha dado de imediato indicações para a exibição do cartão vermelho ao lateral do Benfica. E é um escândalo ainda maior que o Conselho de Disciplina de Meirim se tenha baseado nestas justificações esfarrapadas de Vasco Santos:
(via @d20fernandes) |
Ou Vasco Santos é um completo incompetente para desempenhar estas funções, ou está a dar razão ao potencial que Adão Mendes viu em si e que, oportunamente, transmitiu a Pedro Guerra num dos famosos emails (LINK) revelados por Francisco J. Marques. Seja um ou outro o motivo, não tem condições para arbitrar.
Mas mais absurdo fica esta decisão do Conselho de Disciplina de Meirim, quando se vê que, no mesmo dia, decidiram suspender por 2 jogos o jogador Mabil, do Paços de Ferreira, por ter - e passo a citar - "pisado o adversário com força excessiva". Quem não viu esse lance pode vê-lo aqui:
Mabil foi bem expulso por ter pisado o adversário sem bola, mas se consideram isto "força excessiva" - que dificilmente poderia lesionar gravemente o jogador do V. Guimarães -, não vejo como será possível catalogar a agressão de Eliseu a Diogo Viana usando o vocabulário existente.
Este Conselho de Disciplina tem dado mostras de duas características perigosas: para além da óbvia ausência de bom senso, vai estabelecendo precedentes ao sabor dos interesses do Benfica.
Veremos agora como irão julgar dois lances que não foram devidamente ajuizados em momento oportuno pelo árbitro Hugo Miguel e pelo VAR Fábio Veríssimo: as agressões de Pizzi a Francisco Geraldes e de Eliseu a Nadjack.
Para quem não viu esses lances, aqui ficam. Primeiro, a agressão de Eliseu a Nadjack:
RTP, tvi, sic e sport tv omitem agressões de Eliseu nos programas de análise da jornada desta 2a feira.— Emmanuel.Sporting (@SCPemanuel) 29 de agosto de 2017
Isto é protecção mafiosa! pic.twitter.com/EmdxDov28E
(via @SCPemanuel)
E a agressão de Pizzi a Geraldes:
Fico curioso para saber qual a desculpa que Meirim irá encontrar para não suspender ambos os jogadores. Deve haver uma espécie de Constituição do futebol português que prevalece sobre todos os regulamentos disciplinares, composta por um artigo único: os jogadores do Benfica devem gozar de uma impunidade total. Até ver, tanto os padres, como Meirim e seus pares, estão a segui-la religiosamente. Todas as outras leis moldam-se em função disso. É assim que funciona um Conselho de Disciplina À La Carte.