segunda-feira, 19 de março de 2018

Fechando o ciclo em alta

Não se poderia desejar melhor forma de terminar um ciclo absolutamente infernal. Menos de 72 horas após ter disputado uma eliminatória da Liga Europa com direito a desgaste suplementar de um prolongamento, era natural que se temesse complicações adicionais de um adversário que sabe jogar, mas a realidade acabou por ser bem diferente: o Sporting fez uma excelente exibição e venceu de forma incontestável. A partida acabou por ser relativamente tranquila porque a equipa soube adaptar-se ao que o jogo ofereceu, e qualquer incerteza que tenha havido em relação ao resultado deveu-se, única e exclusivamente, à infelicidade no momento da finalização.




A exibição - pressão alta, velocidade de execução mais elevada do que tem sido norma e maior insistência na verticalização e no aproveitamento de toda a largura do campo para desmontar a defesa adversária. Tudo isto resultou uma das melhores exibições da época, com futebol agradável em largos períodos de tempo e na criação de um elevado número de ocasiões para marcar, ao mesmo tempo que se controlou quase sempre bem as iniciativas ofensivas adversárias.

Gelson - O (excelente) golo e a assistência para Dost foram, obviamente, os momentos altos da exibição de Gelson, mas não se limitou a isso. Para além da habitual disponibilidade defensiva, esteve também na origem de várias outras situações iminentes de golo, como a combinação com Coentrão na jogada em que o lateral rematou (intencionalmente) ao poste. O melhor em campo.

Dost de volta aos golos - regressou aos golos depois do jogo menos feliz realizado em Plzen, e assistiu Gelson com um amortecimento de bola açucarado. No entanto, há que dizer que não começou bem o jogo do ponto de vista da finalização, permitindo defesas a Cássio em duas situações em que, isolado, poderia e deveria ter feito melhor.

O Patrício é para as ocasiões - a única oportunidade do Rio Ave em todo o jogo surgiu no final da primeira parte, com um remate que embateu em Mathieu e, traiçoeiramente, mudou de trajetoria na direção da baliza junto ao poste. Remate que ia com selo de golo e que apenas não o foi devido a uma extraordinária parada da luva direita de Rui Patrício. Que. Época.

Outras menções honrosas - Piccini e Coentrão consistentes na defesa e atrevidos no apoio ao ataque; trabalho de Coates no segundo golo; muito William na segunda parte; mais uma boa exibição de Rúben Ribeiro; Bruno Fernandes a ser Bruno Fernandes; e, claro, a participação do apanha-bolas no primeiro golo.

Estatística interessante - há uma volta em que o Sporting não sofre golos em casa para o campeonato. A última equipa a marcar golos ao Sporting em Alvalade foi o Braga, o nosso próximo adversário.




Ferros e Cássio - mais uma vez, foi a finalização que não nos permitiu acabar mais cedo com as dúvidas no resultado, mas há que dizer que, desta vez, não houve muitos falhanços escandalosos. Muito mérito para Cássio, com várias defesas de grande categoria, e o excesso de pontaria aos ferros: quatro, divididas entre Fábio Coentrão e Bruno Fernandes.

Acuña a menos - entrou complicativo e poucas coisas lhe correram bem. O Sporting acabou por perder com a sua entrada, já que Rúben Ribeiro estava a fazer um bom jogo.



MVP: Gelson Martins

Nota artística: 4

Arbitragem: Rui Costa não tem jeito para isto. Um penálti por assinalar sobre Bruno Fernandes - há um toque subtil no seu pé, igual a muitos outros toques subtis noutras zonas do campo em que o árbitro marcou falta -, e várias faltas mal assinaladas. Nada que não se esperasse, infelizmente.



Finalmente, uma pausa na competição. É certo que metade do plantel vai estar ao serviço das seleções, mas mesmo esses interrompem a sequência ininterrupta de jogos de 3 em 3 dias. Um ritmo competitivo que causou mossas mas que não nos retirou de nenhuma das competições. Em abril há mais.