domingo, 8 de abril de 2018

Crónica de um optimismo sustentado (@3295c_)

Novo texto do 3295C.



Não tenho a menor dúvida que o momento que se vive no Clube irá resolver-se a bem e pela vontade da maioria. Não será difícil pensar no Sporting em abstracto, retirando toda a estrutura que o gere e olhando numa perspectiva histórica, sem também a enquadrar com os dirigentes responsáveis à época.

O Clube sempre foi dos Sócios, pelo menos de todos aqueles que participam nas Assembleias Gerais, eleitorais, ordinárias ou extraordinárias. As últimas reuniões magnas têm demonstrado o quanto a família se preocupa com a vida do nosso Clube, que segue o seu caminho no que mais no interessa: o pulsar desportivo de todas as nossas equipas.

O futebol sempre como cabeça-de-cartaz, já se sabe. No entanto, no hóquei em patins, acabámos de marcar presença na final four da Liga Europeia, estando mais um título europeu em vista. Desde o início do ano, e ‘ainda’ só vamos no quarto mês, o Sporting já conquistou três títulos europeus, entre atletismo e goalball, e dezenas de títulos nacionais e taças, de atletismo, natação, goalball, futebol ou bilhar. Acabámos de passar a Páscoa em 14 torneios em todo o Mundo, com os meninos de verde e branco que amanhã estarão no relvado principal de Alvalade, como o Gelson Martins e o Rui Patrício, o nosso monstro das balizas, que em Madrid brilhou como a estrela que é. Entramos sempre para ganhar e nunca demonstramos ser inferiores a nenhuma das restantes equipas que nos defrontam. Em qualquer competição. Até naquela que é apontada como a maior do planeta na modalidade, com o melhor do Mundo a aparecer no hotel da nossa equipa, em Madrid, para um abraço de boa sorte.

Só fomos inferiores ao Atlético na finalização. A segunda parte não foi famosa, mas também não havia já William em campo, sendo que não sofremos golos. Não foi por sorte. Esta sorte deu realmente muito trabalho. Foi por Rui Patrício. Houve, realmente, vários erros individuais e ainda por cima de jogadores acima de qualquer suspeita. Alguém se lembra, num passado recente, de melhor dupla de centrais que tivemos a jogar de leão ao peito?

Custou-nos dois golos. Apenas e só. Estamos no intervalo e pelo que vi no primeiro tempo, agora em casa, há um golo a marcar cedo (se puder ser antes dos 23 segundos, melhor ainda) e uma eliminatória a disputar como se a nossa vida dependesse disso. Não é apenas o dinheiro que recebem ao final do mês: é o facto de jogarem por nós, que estamos lá por eles, porque estão com a nossa camisola vestida e a representá-la por nós. É por isso que é tão pesada. Ainda por cima com um Leão Rampante ao peito.

Não há, por isso, que temer o futuro. Bruno de Carvalho trouxe o Sporting até aqui e por muito que possa ter, melhor ou pior, defendido os interesses do Clube, continuará a fazê-lo até ao dia em que a maioria da família leonina decidir o contrário. Em local e tempo próprio.

Para os mais pessimistas, o cenário pode ser mais dantesco. 2-0 com o Atlético de Madrid – que joga hoje em casa do arqui-rival Real, do mesmo prodígio que nos visitou – é muito difícil de recuperar se não impossível. Que vamos entrar em campo frente ao Paços de Ferreira, em casa, com a cabeça no lado negro da lua e que ‘ai minha nossa Senhora do Livramento’.

Não sou pessimista. Acho que vai ser uma bela noite de futebol e com uma vitória folgada. Os Sportinguistas apoiam sempre as suas equipas. Assobios e críticas é sem a camisola vestida. Por isso é que todos têm de respeitar a camisola que vestem, sempre que o fazem. 

Terminando como comecei, vai tudo resolver-se a bem porque a vida do Clube sempre foi assim. Com maior ou menor dificuldade, nem sequer iremos sobreviver. Continuaremos tão grandes como os maiores do Mundo e, volto a dizê-lo, foi Bruno de Carvalho que o conseguiu e começou não do zero, mas de uma situação que não preciso recordar. Apontou o caminho em campanha e cumpriu. Colocou o Clube a fazer o que sempre lhe foi reconhecido – no auge de todo o seu ecletismo – e que, por razões que também não preciso recordar, nem sempre foi cumprido ao longo da nossa história.

O resto é o chamado l’air du temp, com a loucura – por vezes histeria – instalada nas redes sociais e que a televisão teletransporta para as suas imensas horas de emissão, muitas vezes alimentando mentes mais desprevenidas com notícias falsas que colam e provocam cegueira. Continuo a pensar pela minha cabeça e em momentos de grande agitação, o melhor é mesmo serenar e não retirar o foco do essencial: todos os fins-de-semana, milhares de atletas, dos mais pequenos aos maiores, entram em campo para ganhar, honrando o símbolo que representam. Sabiam que as sub-19 femininas, orientada pela Mariana Cabral, ainda não perdeu um só jogo desde que a equipa foi formada? Estamos a terminar a segunda época de existência. Nunca perderam. Não dá orgulho?

Viva o SPORTING!