Não precisou de mais de dois minutos para inaugurar o marcador e estabelecer mais um recorde na sua carreira e, em particular, na Liga dos Campeões. Em relação a esta competição, Cristiano Ronaldo já era o jogador com mais golos, golos em casa, golos fora, golos na fase de grupos, golos em quartos-de-final, golos em meias-finais, golos em finais, golos de livres, golos de penáltis, golos de cabeça, hat-tricks e assistências, e, desde ontem, passou também a ser o primeiro jogador da história a marcar golos em dez jogos seguidos na Liga dos Campeões. No entanto, reservaria para mais tarde um dos maiores momentos da história da competição com um golo absolutamente impressionante.
Não tarda é o melhor jogador português de todos os tempos. pic.twitter.com/0YOVNV4jHk— João Massapina (@zerapaz) 3 de abril de 2018
Não é o gesto técnico que faz deste um dos mais extraordinários golos da história desta competição. É, também, a impulsão que precisou de tomar para apanhar a bola àquela altura - à volta de 2 metros e 20, talvez, Di Sciglio tem 1,82m e está apenas com a ponta da bota no chão - e, claro, a importância do jogo - um golo numa partida rotineira numa competição nacional é bem diferente de um golo idêntico que seja marcado numa fase adiantada da mais importante competição de clubes a nível mundial. Claro que há outros golos fantásticos como a bicleta de Ibrahimovic num particular contra a Inglaterra ou o golo-clone de Maradona que Messi assinou contra o Getafe, ficarão para sempre na memória, mas não é exatamente a mesma coisa.
Há dois golos que coloco acima de todos os outros: aquele em que Maradona passou por meia seleção inglesa no mundial de 86, e o tiro de Van Basten que deixou Dasaev pregado ao chão na final do europeu de 88 contra a União Soviética. O de Ronaldo não ficará muito abaixo destes. De um certo modo, um grande golo pode marcar para sempre uma ocasião que à partida seria banal, mas para mim é precisamente a importância da ocasião que acaba por definir os grandes golos da história.