O Sporting anunciou ontem o regresso de Augusto Inácio à estrutura de futebol do Sporting. O homem que conquistou o campeonato em 2000 foi nomeado diretor desportivo, tendo o clube tido o cuidado de especificar num comunicado posterior que não se trata de uma substituição de André Geraldes - que retomará as funções de team manager quando forem levantadas as medidas de coação a que está sujeito. Foi também referido que Bruno de Carvalho deixará de assistir aos jogos do banco de suplentes.
Há duas conclusões óbvias que se podem retirar daqui.
A entrada de Inácio parece indicar que Bruno de Carvalho decidiu criar um maior distanciamento entre si e a equipa de futebol: primeiro pela criação de um cargo intermédio entre a direção e a equipa técnica; depois pelo regresso do presidente à tribuna durante os jogos. Era um passo inevitável face a tudo o que aconteceu nos últimos dois meses. O perfil parece-me adequado: Inácio é um homem do balneário, já desempenhou o cargo nos anos de Leonardo Jardim e Marco Silva, e é também um homem de confiança do presidente. Em teoria, são movimentações que fazem sentido. Veremos como correrá na prática.
Há depois a questão de Jorge Jesus. Inácio foi afastado porque Jesus quis preencher a estrutura de pessoas da sua confiança. Não sei qual é o tipo de relacionamento que os dois têm atualmente, mas isto não são sinais positivos para a manutenção do status quo da equipa técnica atual: no mínimo, significa que Jesus perderá muita da sua autonomia; no limite, pode significar que o Sporting se prepara para trocar de treinador. Seguramente que nos próximos dias a questão do treinador ficará definida, já que falta pouco mais de um mês para a nova época começar.