No momento em que este texto for publicado, faltarão 16 horas para fechar o mercado de transferências.
Continuamos sem um defesa esquerdo com o nível minimamente exigível para as aspirações que supostamente temos.
Continuamos sem uma alternativa verdadeiramente credível para fazer o lugar de Bas Dost. Diaby é ponta-de-lança, mas as suas características não podiam ser mais diferentes das do holandês.
Temos quatro guarda-redes no plantel.
Temos por despachar uma série de jogadores que pouco ou nada jogarão, alguns dos quais implicam custos elevados. Petrovic, Castaignos, Douglas, Bruno César, Gauld, Misic, Mané e Mattheus Oliveira deverão, em conjunto, valer perto de 10 milhões de euros em salários só para esta época.
Isto é o que está por fazer.
Os trabalhos da equipa de futebol iniciaram-se há dois meses. O que foi feito neste espaço de tempo?
Rescindimos com Mihajlovic para contratar Peseiro com a benção de Jorge Mendes.
Recuperámos Bruno Fernandes, Dost e Battaglia, em condições financeiras que ainda estão por conhecer ao certo.
Emprestámos João Palhinha ao Braga com condições ridículas. Emprestámos Francisco Geraldes ao Frankfurt. Emprestámos Gelson Dala ao Rio Ave. Três jogadores de valor igual ou superior a outros que se mantêm no plantel.
Rescindimos contrato com Doumbia, o que, segundo diz a imprensa, nos libertou de um encargo de 6 milhões de euros.
Emprestámos Domingos Duarte, Leonardo Ruiz e Jonathan Silva. Não creio que nenhum destes jogadores tivesse lugar no plantel principal.
Contratámos Gudelj e Sturaro (lesionado pelo menos até outubro) por empréstimo. Contratámos Diaby. Fechou-se Nani, processo que terá sido iniciado pela anterior direção. E contratámos Renan, apesar de não haver necessidade aparente face aos três guarda-redes que já tínhamos.
Pelo meio falhámos Badelj por causa de um ano de duração de contrato e, felizmente, encontrámos um “problema físico” em N’Jie, que viria por empréstimo sem opção e retirar ainda mais espaço a Raphinha e Matheus Pereira, dois jogadores que são nossos e têm elevada margem de valorização.
Tirando Gudelj, Nani e Doumbia (e eventualmente os regressos, caso não tenha havido cedências financeiras significativas), tudo o que se concretizou ou era fácil ou era desnecessário. Ou as duas coisas em simultâneo.
Parecem-me escassos resultados para dois meses de trabalho. Bem sei que estamos a ser geridos por uma equipa transitória que merece alguma tolerância, mas fico com a sensação que qualquer pessoa com um mínimo de experiência em funções deste género conseguiria fazer igual ou melhor.
Estamos a 16 horas do fecho do mercado e temos todos os dossiers referidos atrás por resolver. Que consigam, neste curto espaço de tempo, resolver muitas das coisas que não conseguiram nas últimas 1500 horas.