O Sporting comunicou ontem à CMVM que o valor total de investimento captado até ao final da quarta-feira - penúltimo dia da fase de subscrição do empréstimo obrigacionista -, é de 18,98 milhões de euros.
Sendo praticamente impossível que durante o dia de hoje se atinja o objetivo dos 30 milhões - teriam de aparecer investidores de outra dimensão -, não deixa de ser uma boa notícia face ao lentíssimo arranque registado na semana passada. Só ontem registou-se um investimento de 4,3 milhões de euros, o que confirma a tendência de que o interesse está a crescer com o passar dos dias - aumento de interesse que não será alheio à campanha agressiva que o Sporting fez esta semana, em reação à ausência total de publicitação da banca junto dos seus clientes.
Há, obviamente, o outro lado da moeda: tendo sido o Sporting apanhado de surpresa pela falta de colaboração das instituições bancárias, não se deveria ter reagido de imediato com uma campanha própria logo ao fim de um ou dois dias de subscrições muito abaixo das expetativas? Possivelmente contribuiria para um arranque um pouco melhor, mas não nos podemos esquecer que até a mais agressiva das campanhas seria engolida pelo ruído que o caso de Alcochete gerou - que começou precisamente na véspera do primeiro dia de subscrição com a prisão preventiva de Bruno de Carvalho.
Os obstáculos tem sido mais que muitos. Só o facto de ter havido o adiamento do pagamento do EO anterior já implicava um nível de desconfiança superior ao normal, a que se juntaram o pouco tempo de preparação que esta direção teve para o lançar, as tentativas de boicote levadas a cabo por gente com uma agenda própria, a falta de colaboração dos bancos e ainda o tal circo mediático de Alcochete que concentrou as atenções só país nos primeiros 4 dias de subscrição (de um total de 9).
Seria ótimo que o ritmo de procura se mantivesse neste último dia de subscrição, pois cada euro angariado a mais representará uma maior folga para a apertada gestão de tesouraria que tem vindo a ser - e continuará a ser - necessária. E também porque mesmo se sabendo que os 30 milhões não serão atingidos, um bom último dia será o desfecho merecido para a demonstração de força e de união a que temos assistido esta semana. Ainda não sendo a força e união que é possível alcançar, é indiscutivelmente um progresso em relação ao passado recente: há muitos, muitos meses que não se via tantos sportinguistas a remar para o mesmo lado.