Fábio Veríssimo cometeu dois erros graves na meia-final entre Benfica e Porto: não recomendou a marcação de um penálti a favor do Porto por falta de Rúben Dias, e não recomendou a anulação do primeiro golo do Porto por causa de uma falta de Óliver no início dessa jogada. O principal erro do jogo, aquele que mais protestos causou - o golo anulado ao Benfica por fora-de-jogo inexistente -, não lhe pode ser imputável: a decisão foi do árbitro assistente e o VAR só podia reverter a decisão caso existissem imagens claras que comprovassem o contrário. Não existindo, Fábio Veríssimo estava de mãos atadas.
É normal, para os padrões do futebol português, que Luís Filipe Vieira pedisse a cabeça de Veríssimo por se sentir gravemente prejudicado - sem motivos, convém relembrar - pela sua atuação. O que não é normal é que o Conselho de Arbitragem tenha anunciado, menos de 24 horas depois, que o árbitro seria afastado por um período indefinido - e sem dar quaisquer explicações sobre o critério que esteve por trás da decisão. Não explicando, ficámos todos sem perceber por que razão não foram afastados por um período indefinido outros árbitros responsáveis por outras decisões aberrantes do VAR a que já assistimos esta época. O CA, com esta atitude, humilhou publicamente o árbitro e deixou no ar a ideia de que foi apenas uma medida para agradar ao DDT do futebol português. O comunicado de apoio a Veríssimo que foi emitido no dia seguinte ao afastamento já veio tarde, porque o moral da história da decisão já tinha tido tempo suficiente para se entranhar na mente de adeptos, dirigentes e restantes árbitros.
Cá estaremos para ver quantos mais árbitros serão suspensos ou dispensados por tempo indeterminado no que restar da época. Considerando a qualidade média dos homens do apito, suspeito que não irão faltar oportunidades para avaliarmos a coerência do CA.