Depois de ter realizado uns bons primeiros 45 minutos, a segunda parte do Sporting foi semelhante ao que tem acontecido nas últimas partidas: uma equipa em falência física, incapaz de contrariar o domínio do adversário, e tendo de lidar com dificuldades adicionais provocadas pelas fraturas dos narizes (!) de André Pinto e Petrovic - que obrigou à substituição do primeiro e minutos finais de sacrifício do segundo. Perante este cenário, a estratégia passou a ser, compreensivelmente, aguentar para tentar levar o jogo a penáltis. Keizer metamorfoseou-se em Keizé Mota e mandou baixar o bloco, reduzir o ritmo de jogo e perder o tempo que fosse possível perder.

Keizer lançou Diaby, mas durante 7 ou 8 minutos o Sporting continuou a não ter bola. O improvável, no entanto, acabaria mesmo por acontecer: Óliver tem uma entrada tardia e desnecessária sobre Diaby e faz um penálti claríssimo que Dost não desperdiçou. No pouco tempo que restou, o Porto acusou o golo e Raphinha teve nos pés a hipótese de conseguir a reviravolta e resolver a questão ainda dentro do tempo regulamentar.
Apesar de o Porto ter sido superior nos 90 minutos, o troféu acabou mesmo por ir ao desempate por penáltis. E, felizmente para nós, teve um desfecho que nos começa a ser agradavelmente familiar - foi assim que, em duas final four, o Sporting venceu os quatro jogos que disputou numa lotaria em que a sorte se faz por conquistar.

P.S.: Numa altura em que se bate tanto no VAR, convém realçar que foi o vídeoárbitro que permitiu que se assinalasse o penálti que nos deu o empate e que levou a final para a decisão por grandes penalidades. Algo que, aliás, já tinha acontecido na época passada na final com o V. Setúbal, também perto do final dos 90 minutos. Sem VAR, seriam dois penáltis que não nos teriam sido atribuídos, seriam duas Taças da Liga que o Sporting não teria conquistado. Ganhou a verdade desportiva, pelo impacto direto que teve na atribuição dos títulos. Se calhar é por isso que há por aí tanta gente revoltada com a malfadada ferramenta...