quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Valeu pelo pós-jogo

O Sporting qualificou-se para a final da Taça da Liga numa partida em que a qualidade de jogo voltou a deixar muito a desejar. É cada vez mais evidente que a equipa está espremida ao limite, são vários os jogadores a quebrarem fisicamente a partir dos 55, 60 minutos, e a consequência disso traduz-se na incapacidade em manter a posse de bola e na concessão do domínio territorial ao adversário. A partir dessa altura, o melhor que podíamos realisticamente ambicionar era que a defesa não facilitasse e que, num contra-ataque ou numa bola parada, conseguíssemos pôr o Braga em sentido.

Keizer voltou a não fazer nada para contrariar a falta de controlo no meio-campo - foi forçado a trocar de centrais ao intervalo e refrescou apenas o ponta-de-lança e o lateral -, mas a partida lá acabaria por ir a penáltis e, aí, para infelicidade dos comentadores de serviço da Sport TV, o Sporting foi mais competente. Já na época passada foi assim que vencemos o Porto nas meias e o V. Setúbal na final da Taça da Liga, e depois o Porto nas meias da Taça de Portugal. Será bem bom se no sábado a história se repetir.

Foi, portanto, um jogo em que fiquei satisfeito com a qualificação para a final e pelas três defesas de Renan nos penáltis, mas continuo sobretudo preocupado por ter assistido a mais 90 minutos de pouca qualidade exibicional. No entanto, felizmente, o melhor da noite estaria ainda para vir. Vitória do Sporting sobre o Braga não é vitória que se preze se não for seguida da clássica explosão de azia de Abel e Salvador, e há que dizer que treinador e empreiteiro não desiludiram. O pós-jogo encheu-me as medidas: a indignação de António Salvador, acusando Pedro Henriques (o ex-árbitro que, minutos antes, tinha dito que o golo do Braga foi bem invalidado) de ser avençado do Sporting, e a fúria de Abel na sala de imprensa, esmurrando repetidamente a mesa e soltando finalmente a frustração que foi acumulando dentro de si desde que se humilhou na Luz, foram dignos de nomeações para o Emmy's de melhor ator secundário na categoria comédia/musical. Só por isto, valeu a pena.