Depois de uma sequência de jogos de dificuldade muito elevada, o Sporting tem logo um jogo em que tem a obrigação inequívoca de vencer. Não só pela responsabilidade que advém do seu estatuto, mas porque acima de tudo não podemos desperdiçar mais pontos face ao atraso que temos em relação ao líder do campeonato.
Se a equipa conseguir manter a qualidade demonstrada contra Porto e Chelsea, não tenho dúvidas que os golos irão aparecer e que a vitória não nos fugirá. Bom futebol esse que, é preciso recordar, já vinha de trás - contra Belenenses, Maribor e Gil Vicente as exibições foram muito satisfatórias. Infelizmente nos dois primeiros casos o resultado não foi melhor sobretudo devido ao fraco aproveitamento das oportunidades de que dispusémos.
Contra o Gil Vicente os golos apareceram, e será essa a tendência natural que poderemos esperar para o futuro se o Sporting mantiver o nível exibicional. Da mesma forma que a inacreditável eficácia que o Sporting de Leonardo Jardim teve no princípio da época (graças a um Montero excecional) acabou por cair para níveis normais, também a ineficácia que temos tido este anos terá, mais cedo ou mais tarde, a tendência de normalizar. Será sobretudo uma questão de confiança ao encarar a baliza, e uma vez reconquistada as vitórias vão começar a aparecer de forma bem mais regular.
Em relação à equipa de logo, já é sabido que Maurício não poderá ser utilizado, pelo que Paulo Oliveira terá certamente a sua oportunidade. Apesar de Sarr me parecer demasiado intranquilo, não acredito que Marco Silva mude os dois centrais de uma vez (apesar de Tobias estar convocado) - seria talvez um risco ainda maior do que manter o francês.
Na frente, estou um pouco preocupado com a falta de eficácia de Slimani (não tem tido muitas oportunidades para marcar, é certo, mas nas poucas que teve poderia ter feito bem melhor) e fiquei agradavelmente surpreendido pela forma como Montero entrou contra o Chelsea, pelo que não me desagradaria ver o colombiano a jogar de início. O argelino ficaria preparado para entrar na segunda parte se o jogo não nos estiver a correr de feição.
Mas jogue quem jogue, marque quem marque, é necessário sobretudo ganhar - para nos moralizar para o novo difícil ciclo que se segue após a pausa para as seleções.