domingo, 9 de novembro de 2014

Desta vez fizemos o suficiente para ganhar

Sim, é verdade que o Sporting deu 45 minutos de avanço em que demonstrou a mesma falta de atitude que já tínhamos visto em Guimarães. Sim, é verdade que o Sporting falhou de forma absolutamente incrível várias oportunidades de golo feito. Mas que raio, se para o mal os jogos têm 90 minutos e devemos lamentar quando a nossa equipa se "ausente" numa das partes, não há nada nas regras que diga que não podemos merecer ganhar se fizermos o nosso trabalho de forma competente nos segundos 45 minutos.

A ter que correr atrás do prejuízo, o Sporting fez uma segunda parte ansiosa e sem grande clarividência, mas teve excelentes ocasiões para conseguir uma vitória confortável - que seria o resultado mais justo.

Por muito que se queira elogiar a boa atitude do Paços de Ferreira durante a primeira parte, a verdade é que no total dos 90 minutos o Sporting fez o suficiente para ganhar confortavelmente. Só não amealhou os três pontos porque o árbitro Bruno Esteves - que já no ano passado teve uma atuação desastradíssima em Alvalade contra o Marítimo (adivinhem que foi prejudicado?) -, que devia ser um elemento neutro no terreno de jogo, interferiu decisivamente no resultado final da partida. 

O Sporting não tem mais obrigações que as outras equipas no que toca a vencer todos os jogos de forma convincente. Não peço que os árbitros tenham a mesma boa vontade que têm demonstrado em momentos chave das partidas do líder do campeonato, mas ficaria satisfeito se não nos dificultassem a vida para além do que é razoável.

Foto: Record

Positivo

A atitude demonstrada na segunda parte - Marco Silva fez entrar Mané e Montero por William e Carrillo, e a equipa transfigurou-se. Ambos os jogadores entraram muito bem, mas também o resto da equipa revelou muito mais genica e agressividade (no bom sentido), capacidade de pressão sobre o adversário e, acima de tudo, urgência nas ações.

A exibição de Paulo Oliveira - o Paços obrigou-o a aplicar-se a fundo durante a primeira parte, tendo feito algumas intervenções de enorme qualidade, algumas das quais impediram males maiores.

O trabalho defensivo de Adrien - na segunda parte fez parte de um meio-campo a dois com João Mário, cabendo a Adrien grande parte do esforço para conter as tentativas de contra-ataque do Paços. Fê-lo de forma extremamente competente, com uma alma enorme.


Negativo 

A arbitragem - uma chuva de cartões a jogadores do Sporting na primeira parte (sem justificação), dualidade de critérios na marcação de faltas, colaboração total com as constantes perdas de tempo de Rafael Defendi desde o início da partida, vários foras-de-jogo assinalados que foram muito duvidosos, dos quais a incorreta anulação do 2º golo de Montero foi a mais grave de todos. Um desastre que nos custou dois pontos.

A apatia revelada na primeira parte - o Sporting deu autenticamente 45 minutos de avanço ao adversário. Há evidentemente mérito do Paços, que se fechou muito bem no seu meio campo, mas os jogadores do Sporting não colocaram a velocidade extra de execução que o jogo exigia.

A finalização - não foi por falta de oportunidades de golo que o Sporting não ganhou. Produzimos o suficiente para marcar 4 ou 5 golos. Slimani (mais do que uma vez) e Capel tiveram nos pés as mais flagrantes. Bastava uma delas...

Os cruzamentos de Cédric - aquele que era o ponto forte de Cédric tem estado esta época muito abaixo do exigível. Não me esqueço do cruzamento que fez para Adrien no 3º golo em Gelsenkirchen, mas a eficácia de Cédric neste departamento tem estado muito abaixo daquilo a que nos habituou. Hoje teve um momento particularmente mau quando, sem qualquer pressão e com quatro companheiros em boa posição em diferentes zonas da área, tirou um cruzamento absurdamente largo que fez com que a jogada se perdesse.


Ficamos a oito pontos do líder, o que é uma tremenda injustiça perante o rendimento que as equipas têm revelado, e que contam com o alto patrocínio dos homens do apito. 

Não podemos de maneira alguma pensar em atirar a toalha ao chão, pois os nossos adversários diretos não são máquinas trituradoras de adversários: o Benfica poucas vezes subiu acima da mediocridade, e cada jogo do Porto é uma pequena lotaria em função das opções de gestão de plantel que Lopetegui teima em realizar. 

Saibamos nós mentalizar-nos que TODOS os jogos têm 90 minutos e que não há direito a descanso enquanto a quando a vitória está assegurada, e conseguiremos certamente aproximarmo-nos dos rivais nas próximas jornadas. O calendário que nos resta na primeira volta é particularmente favorável em relação ao Benfica. Não podemos é facilitar como fizemos nas últimas jornadas. Nunca. Mais.