quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A renovação de Carrillo: as novas revelações feitas pelo Football Leaks

Após semanas em silêncio, o Football Leaks voltou a publicar documentos esta madrugada. O site foi entretanto bloqueado, mas ainda há forma de aceder aos links de alojamento dos novos documentos.

Desta vez, foi divulgado o contrato do Porto e Doyen por Brahimi, empréstimos concedidos pela Doyen ao ex-presidente do Sevilha (um de €500.000 a título pessoal, outro de €1,4M ao clube para financiar a compra de Diawara ao Marítimo), e também quatro documentos relativos a Carrillo: dois contratos de representação e intermediação com Elio Casareto, e duas propostas de renovação de contrato feitas pelo Sporting a Carrillo.

Se há conclusões a tirar a partir da leitura destas propostas de renovação, são estas:
1. O Sporting fez tudo para renovar com Carrillo, na minha opinião indo além daquilo que a prudência recomendaria considerando a realidade financeira do clube e do futebol português;
2. Carrillo recusou uma proposta que lhe era tremendamente favorável, o que demonstra que nunca teve qualquer intenção em renovar pelo Sporting.

A primeira proposta previa um salário anual de €1,3M líquidos, ou seja, limpos de impostos, com validade até ao final da época 2018/19, com cláusula de rescisão de €60M.


A segunda proposta teve moldes completamente diferentes.


Caso o Sporting não aceitasse vender Carrillo por uma proposta igual ou superior a €15M, então o salário de €1,3M líquidos anuais do peruano seria ajustado para €2M líquidos em 2016/17, €3M líquidos em 2017/18 e €4M líquidos em 2018/19.

Estes valores seriam a melhor das garantias para Carrillo de que poderia prosseguir a sua carreira noutro clube, contribuindo em simultâneo para salvaguardar os interesses do Sporting. 

O empresário também não ficaria mal servido: para além de receber €1,5M se a renovação se concretizasse, Casareto tinha garantidos ainda mais €1,5M caso o Sporting não vendesse Carrillo na janela de transferências de inverno de 2015/16. Adicionalmente, ainda teria direito a uma comissão de 10% numa transferência de valor igual ou superior a €15M. 

O argumento de que o jogador não renovou por ser maltratado pela direção não pega. Ambas as propostas de renovação têm data de 15 de setembro, ou seja, dois dias depois de Carrillo ter sido titular na vitória de 2-1 sobre o Rio Ave. Apenas perante esta recusa é que Carrillo deixou de poder fazer parte das escolhas de Jorge Jesus. Carrillo ficou de fora do onze pela primeira vez no dia 17 de setembro, contra o Lokomotiv de Moscovo.

Perante isto, parece-me claro que tanto jogador e empresário já tinham as mãos bem besuntadas para recusarem toda e qualquer proposta feita pelo Sporting. Quem estará por trás de tudo isto, é algo que talvez se descubra em janeiro, ou o mais tardar no final da época.

(obrigado, Hélio e @parvodavida!)