
A extensão do contrato
O Sporting e a Macron anunciaram, esta semana, a renovação do contrato de fornecimento de equipamentos até ao final da época de 2020/21, ou seja, durante as próximas quatro épocas.
Para mim, o critério mais importante na escolha da marca de equipamentos é o retorno financeiro. A Macron não é uma marca com uma enorme notoriedade, mas não vejo qualquer inconveniente na extensão desta parceria se a proposta apresentada foi a melhor, ainda para mais porque o balanço que faço das primeiras três épocas é globalmente positivo.

A questão do timing

Em teoria, faria sentido que se esperasse mais um mês, mas na prática duvido que fosse viável. Vamos assumir que Bruno de Carvalho não fechava o acordo, e que Madeira Rodrigues vencia as eleições. Depois de tomar posse e de ter a sua equipa minimamente organizada, a nova direção teria que sondar o mercado para obter propostas de outras marcas, para depois analisá-las em detalhe e, por fim, tomar a decisão. Quanto tempo adicional seria necessário para concluir todo este processo, garantindo que os melhores interesses do Sporting estariam defendidos?
Convém lembrar que a época começa a 1 de julho. Os equipamentos não aparecem feitos instantaneamente por intervenção divina. Há que desenhar os equipamentos (não só de jogo, mas também de treino e restantes gamas de produtos), fazer todo o planeamento da produção, produzir e entregar. Seria tudo isto compatível com uma decisão mais tardia?
O anúncio do primeiro contrato do Sporting com a Macron foi oficializado em maio, mas já se sabia, desde o início de março, que seria esta marca a responsável pelos equipamentos em 2014/15 - o que implica que o acordo já estaria alinhavado antes disso.
A questão da data das eleições
Parece-me que o principal problema, no meio desta polémica, é o facto de as eleições se realizarem em março, por vários motivos. Começa na questão da instabilidade que o processo eleitoral causa numa fase importante da época, o que não ajuda à manutenção da tranquilidade desejável. E, como se pode ver pelo exemplo do contrato dos equipamentos, ocorrem suficientemente tarde a ponto de interferirem com a preparação da época seguinte.
Marcar as eleições para a pré-época (p.ex: junho) também não faz sentido. Se, por um lado, a campanha não afeta o clube em plena competição, por outro, obrigaria a direção eleita a atravessar o seu primeiro ano com base no planeamento feito pelos seus antecessores.
Por isso, parece-me que a altura de outubro/novembro é a ideal: as competições ainda não estão numa fase particularmente decisiva, há tempo para a nova direção poder fazer algumas correções de rumo no mercado de inverno, e há muito mais folga para preparar devidamente a época seguinte.
Este é um tema que não tem feito parte da agenda de nenhum dos candidatos, mas, por mais paradoxal que possa parecer, acho importante que se debata o timing do próximo ato eleitoral já nesta campanha.