quarta-feira, 18 de julho de 2018

O plantel

Ao fim de um par de semanas de trabalho e de um estágio que nos permitiu observar os jogadores (as contratações, e os que já cá estavam num novo contexto) a pôr em prática as ideias de José Peseiro, creio que já se pode fazer um balanço provisório da qualidade do plantel colocado à disposição do treinador. Vou separar a análise por posição. 

A itálico estão os jogadores de quem se diz serem considerados transferíveis ou dispensáveis.


Substituir Rui Patrício seria sempre um problema bicudo para o Sporting, mas a contratação de Viviano parece ser, até ver, uma excelente solução considerando o investimento feito. O italiano impressionou nas suas primeiras atuações, mostrando inclusivamente ser um upgrade relativamente a Patrício ao nível do controlo da profundidade - que, como se sabe, era o ponto fraco do nosso antigo guarda-redes. A amostra de jogos é ainda muito pequena, ainda é cedo para perceber qual será a consistência de Viviano ao longo da época, mas para já estou perfeitamente tranquilo em relação à baliza. A notícia de hoje d' A Bola ("Viviano ainda pode sair devido a excesso de peso e pouco empenho") só faz sentido na ótica mendesiana de arranjar espaço para nos impingir André Moreira.


Mais do que lateral, Piccini é um central que joga encostado à linha. Defensivamente é de topo, mas ofensivamente é muito curto para a maior parte dos jogos que o Sporting faz. Na época passada foi complementado por Ristovski, que apesar de ter maior apetência ofensiva, também nunca foi capaz de ser um lateral disruptivo no ataque. Bruno Gaspar poderá ser esse lateral. É provável, no entanto, que Piccini seja transferido. Mesmo que isso aconteça, acho que ficaremos melhor servidos de laterais direitos para consumo interno.


Não acredito que Coentrão regresse, nem sequer sei se seria bom se voltasse considerando o salário e a condição física. Já se percebeu que Acuña é curto para extremo (ainda mais em 4-3-3), mas pode dar um lateral bastante competente. Assim, não vejo que seja necessário investir nesta posição, há outras lacunas bem mais urgentes. Manteria Lumor no plantel para ir desenvolvendo, e cederia Jefferson e Jonathan à melhor oferta.


Mantendo Coates e Mathieu, continuaremos a ter uma das melhores duplas de centrais de que me lembro. Esta época haverá, no entanto, mais alternativas, de qualidade suficiente para 3ªs e 4ªs opções (na época passada chegámos a usar William e Petrovic como centrais).


Está mais que provado que Petrovic é curtíssimo para o que precisamos. Palhinha poderá vir a ser o que precisamos, mas precisa de tempo e minutos de jogo. Esta posição é, claramente, uma das duas que necessitam de ser reforçadas urgentemente. Um eventual regresso de Battaglia poderia resolver satisfatoriamente a lacuna existente.


Há fartura em quantidade (e ainda há Bruno Fernandes e Geraldes, que poderão desenrascar como box-to-box), dúvidas em relação à qualidade. Conseguirá Wendel afirmar-se como "a" solução? Para já, Peseiro tem colocado o brasileiro a jogar mais adiantado, o que não se compreende. Conseguirá Misic ser alternativa? Para já, Peseiro tem colocado o croata a jogar mais recuado, o que também não o ajuda.


Já tínhamos o melhor jogador da liga, e agora juntamos dois jogadores de grande qualidade. Nani Aqui há fartura.


É verdade que não há Gelson, um abre-latas de que iremos sentir muita falta em certos jogos contra adversários muito fechados, mas parece-me que estamos melhor servidos agora do que na época passada. Mas há muito mais alternativas. Matheus e Raphinha têm condições para se afirmar como jogadores muito influentes, com o bónus de gostarem de aparecer em zonas de finalização. E ainda se pode juntar Nani, que pode jogar em qualquer uma das alas.


O horror. O drama. Não basta uma contratação, precisamos de duas de grande qualidade.