Depois de três jogos com nota artística elevada, a equipa não foi capaz de dar sequência às boas exibições na estreia de Keizer em Alvalade. O resultado pode ter sido folgado, a segunda parte pode ter sido (inesperadamente) tranquila face à inferioridade numérica, mas os números alcançados não traduzem as dificuldades que o Aves nos causou na primeira parte, em que, durante largos períodos de tempo, dominou a partida e impediu que o Sporting conseguisse ligar o seu jogo.
Um bom e oportuno aviso para todos mantermos os pés no chão: não fosse um erro do adversário a provocar um penálti desnecessário que acabou por virar o rumo dos acontecimentos, e a história do jogo poderia ter sido bem diferente... para pior. Valeu-nos o suspeito do costume.
Um bom e oportuno aviso para todos mantermos os pés no chão: não fosse um erro do adversário a provocar um penálti desnecessário que acabou por virar o rumo dos acontecimentos, e a história do jogo poderia ter sido bem diferente... para pior. Valeu-nos o suspeito do costume.
Os números - 4 jogos, 4 vitórias, 17 golos marcados e 4 sofridos. Hoje sem nota artística, mas os 4-1 representam a vitória mais volumosa do Sporting nesta edição da Liga, mantendo a equipa no segundo lugar no campeonato e passando a ter o segundo melhor ataque da prova. Ah, e Dost já é o melhor marcador do campeonato com 8 golos marcados em apenas 7 jogos.
Os golos e a eficácia - o Sporting apenas saiu para o intervalo em vantagem porque foi muito mais eficaz no aproveitamento das suas oportunidades do que o Aves. A eficácia manteve-se na segunda parte, e em dois momentos críticos: o golo de Dost logo a abrir, que trouxe outra tranquilidade à equipa, e o golo de Diaby que surgiu pouco depois da expulsão de Acuña, que matou o jogo. E, claro, há que fazer justiça à qualidade desses golos, que só por si justificam o preço do bilhete: o remate explosivo e inesperado de Nani; o cruzamento tirado com régua e esquadro que foi desviado por Dost com igual precisão matemática; e o remate em arco de Diaby após um passe em profundidade que rasgou a defesa do Aves.
As assistências de Bruno Fernandes - mais três para a sua conta pessoal. O passe para Nani conta apenas para a estatística porque não teve grande relevância para o golo, mas o cruzamento para Dost e o passe a rasgar para Diaby foram deliciosos. Números que se vão acumulando e que impressionam: Bruno Fernandes soma 4 golos e 4 assistências nos 4 jogos com Keizer.
A gestão da inferioridade numérica - o golo de Diaby foi fundamental para acabar com as dúvidas que a expulsão de Acuña pudesse trazer, e a partir daí o Sporting controlou bem o jogo, a ponto de fazer esquecer a situação de inferioridade numérica. Foi uma segunda parte totalmente tranquila.
Renan a marcar pontos - um punhado de boas intervenções, incluindo uma defesa fundamental na primeira parte, e teve várias ocasiões para demonstrar o seu excelente jogo de pés. A questão da baliza do Sporting não é pacífica - sobretudo devido ao mistério que envolve o afastamento de Viviano -, mas Renan tem vindo a justificar gradualmente a aposta que tanto Peseiro como Keizer têm feito em si.
A primeira parte - a incapacidade de o Sporting dominar o jogo deveu-se, a meu ver, a dois fatores: o mérito do Aves, que estudou bem os últimos jogos do Sporting e soube pressionar Wendel, Bruno Fernandes e Nani com rapidez - e muitas vezes em antecipação dos seus movimentos seguintes, que lhes valeu várias recuperações de bola -, e por algum comodismo dos jogadores do Sporting na entrada em jogo, que não pareciam com grande vontade em dar a aceleração e dinâmica necessárias para abrir linhas de passe que contrariassem o pouco espaço disponível em dois terços do terreno. Depois de sofrido o golo, houve vontade imediata dos jogadores do Sporting em dar maior velocidade ao jogo, mas fizeram-no com pouca precisão. Foi muito mais o acaso do que a qualidade do nosso jogo a ditar a reviravolta ainda na primeira parte.
A expulsão de Acuña - não o crítico pelo segundo amarelo, mas tem de ser responsabilizado pelo primeiro cartão - que viu por se envolver numa escaramuça com adversários por causa de uma falta que nem sequer foi cometida sobre si. Mais uma vez, o seu temperamento deixou-o condicionado demasiado cedo e acabou por prejudicar a equipa ao deixá-la com menos um jogador durante mais de meia-hora. E não consigo concordar com os aplausos que recebeu de muitos adeptos enquanto abandonava o relvado: sendo recorrente nestas situações, não pode haver lugar para pancadinhas nas costas.
Nota artística - 3
MVP - Bas Dost
Arbitragem - Vítor Ferreira teve uma arbitragem algo irregular. Esteve bem nos lances capitais (os amarelos a Acuña e o penálti sobre Diaby), mas teve um critério irregular do ponto de vista técnico e disciplinar - podia, por exemplo, ter mostrado o segundo amarelo a Vìtor Costa no lance do penálti. Os 4 minutos de descontos na primeira parte foram demasiado escassos - só o penálti implicou esse tempo de paragem.
Com esta vitória já vamos com uma série de cinco triunfos consecutivos. Que venha a sexta contra o Vorskla já na próxima quinta-feira.