quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Miséria a dobrar

1. A exibição até à expulsão de Ristovski

Apesar da arbitragem miserável que hoje houve em Setúbal do princípio ao fim do jogo, a responsabilidade do empate é, em primeiro lugar, da exibição igualmente miserável que realizámos enquanto estivemos a jogar de onze para onze. Mais uma vez, entrámos de forma macia e quase displicente, jogando de forma previsível e atabalhoada sempre que nos aproximávamos da área. Falta de vontade e qualidade que se traduziu em 60 minutos constrangedores contra uma das equipas mais fracas do campeonato, fragilizada pelo recente despedimento do treinador e que tinha vários jogadores indisponíveis por lesão ou castigo.

Não é admissível, depois de tudo o que nos tem acontecido nos jogos fora de casa, que se continue a achar que podemos entrar em campo em ritmo de passeio à espera que as bolas entrem sozinhas na baliza dos adversários. A responsabilidade é, obviamente, dos jogadores, mas também é da equipa técnica por não ser capaz de colocar o foco necessário na cabeça de quem vai a jogo, e ainda da estrutura, por não ter ainda passado de forma clara a todo o grupo de trabalho que é neste tipo de jogos que os campeonatos se perdem.

Após a expulsão de Ristovki, a equipa foi buscar forças que pareciam não existir e foi capaz de encostar o V. Setúbal à sua área, o que demonstra que não resolvemos o jogo mais cedo porque, acima de tudo, não houve vontade nossa para isso.


2. A arbitragem

O facto de o Sporting ter facilitado para além do razoável não pode justificar, no entanto, que não se fale na arbitragem absolutamente tendenciosa de Hélder Malheiro. 

A expulsão de Ristovski é para os apanhados. O lateral leva uma cotovelada violenta na cabeça, levanta-se exibindo um hematoma do tamanho de uma bola de bowling que, no entanto, não emocionou Hélder Malheiro. O árbitro mostrou o cartão vermelho direto por palavras quando, na realidade, Ristovski deveria receber uma condecoração do Presidente da República por ser capaz de se pôr de pé depois uma martelada daquelas na caixa craniana. Curiosamente, Mendy, o autor da falta sobre Ristovski, não viu qualquer cartão porque, provavelmente, Hélder Malheiro considerou que o jogador não podia ser responsabilizado pelas atitudes do seu cotovelo, e o cotovelo de Mendy também se safou - e bem - porque não está previsto nos regulamentos que articulações dos membros anteriores possam ser admoestadas com cartões.

O facto de estar o Sporting estar condenado a jogar em desvantagem numérica durante 40 minutos não desviou Hélder Malheiro do trabalho que tinha para fazer. Continuou o bom trabalho que já vinha fazendo desde o início do jogo, desencantando faltas ofensivas na área do V. Setúbal que mais ninguém via, ignorando várias faltas cometidas sobre jogadores do Sporting e poupando diversos cartões aos jogadores da casa, ao mesmo tempo em que ia distribuindo amarelos pelos visitantes em situações tão ou menos graves do que aquelas que perdoava à outra equipa.

Um árbitro que, pela qualidade demonstrada, não deverá tardar a ser promovido a internacional.