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A história do Feirense - Sporting de ontem não foi muito diferente da história do Feirense - Sporting disputado há umas semanas para a Taça da Liga. Foi um jogo de sentido único, com o Sporting a ter bastante facilidade em encontrar espaço para se acercar da baliza adversária. As oportunidades sucederam-se e apenas a (falta de) qualidade da finalização foi adiando aquilo que, desde cedo, parecia inevitável. Um festival de golos falhados (uns por mérito de Brígido, outros porque encontravam sempre algum obstáculo na floresta de pernas dos homens de azul que estavam enfiados na área, uns de fora da área, outros na pequena área de baliza aberta, uns que só precisavam de um bocadinho mais de pontaria, outros que se perderam por excesso de cerimónia) que apenas terminaria à buja: a qualificação foi garantida com duas bombas indefensáveis de Wendel e Bruno Fernandes.
A arbitragem também não foi muito diferente do outro Feirense - Sporting. Se na Taça da Liga houve um penálti inexistente a relançar a incerteza no resultado, ontem também não houve facilidades nesse departamento. Fábio Veríssimo ia aplicando um critério técnico que ia alternando entre a escola inglesa e a escola Martins dos Santos e um critério disciplinar inconsistente - Ristovski, que foi o único jogador amarelado, foi um menino ao lado de Ali Ghazal, que encheu o campo com faltas em qualidade e quantidade. Não havendo VAR cheguei a temer o pior, mas, felizmente, os nossos dois golos, para além de indefensáveis, eram também impossíveis de anular.
Saúda-se o regresso às boas exibições, mas convém refrear otimismos excessivos. O Feirense foi novamente um adversário macio e só conseguiu criar situações de perigo (Salin ainda foi obrigado a fazer três excelentes intervenções) quando Keizer começou a gerir o esforço da equipa e quando alguns dos nossos jogadores entraram em descompressão. Por outro lado, acredito que a melhoria da nota artística também se deva parcialmente ao facto de, finalmente, termos podido utilizar o nosso melhor onze. Já se sabia que a presença de Acuña dá outra segurança defensiva mas também uma maior dinâmica ofensiva ao flanco esquerdo, e espero que Keizer tenha percebido que o corredor direito funciona muito melhor com Ristovski e Raphinha do que com Bruno Gaspar e Diaby.