domingo, 20 de janeiro de 2019

Sofrível

Fonte: zerozero.pt
Qualquer sportinguista minimamente atento sabe que a nomeação de Rui Costa para um jogo do nosso clube redunda sistematicamente numa arbitragem sem qualidade e recheada de polémicas. Foi assim, por exemplo, na receção ao Chaves, em que nem com uma visualização a dois tempos das repetições conseguiu ver um penálti claríssimo sobre Gelson Martins, ou na visita no final de 2018 ao Feirense para a Taça da Liga, onde assinalou um penálti inexistente contra o Sporting que relançou uma partida que parecia estar resolvida. Lances de importância capital à parte, uma arbitragem de Rui Costa costuma também ser sinónimo de um jogo mal conduzido, com um critério incompreensível na marcação de faltas e faltinhas e inconsistência disciplinar, que acaba invariavelmente a enervar jogadores e público. Ontem foi mais do mesmo - com a agravante de ter sido várias vezes mal auxiliado pelos seus assistentes -, num jogo cuja história se resumiu aos golos marcados, às polémicas decisões da equipa de arbitragem, e que poucos outros momentos de qualidade teve para se destacar.



Os primeiros 30 minutos - A partida dificilmente poderia ter começado melhor: um golo a abrir, adversário controlado, segundo golo ainda dentro da primeira meia-hora, e poderia ter sido sentenciada em definitivo caso Dost não tivesse desperdiçado de forma incrível o 3-0 após um grande trabalho de Ristovski pela direita. 

Dono da lateral - Ristovski foi importante no segundo golo com o fulminante remate de primeira que Jhonatan apenas conseguiria sacudir para a recarga de Bruno Fernandes, criou várias situações de desequilíbrio no seu flanco, e esteve bastante concentrado e agressivo defensivamente. Está furos acima do que Bruno Gaspar tem dado e, por isso, para mim tem de ser o dono do lugar.

A classe de Mathieu - numa partida na linha do que lhe é habitual, destacou-se pela classe com que limpou várias situações bastante complicadas com cortes em carrinho. Numa altura em que se fala na possibilidade de sair, demonstra que a sua permanência em Alvalade é fundamental. Que se arranje um terceiro central, esquerdino, que possa rodar com o francês em jogos de dificuldade teórica inferior.



Os últimos 60 minutos - não se matou a partida, e após vista grossa numa falta clara sobre Dost à entrada da área dos visitantes, o Moreirense reduziu para 2-1 numa bela jogada e colocou novamente o resultado em aberto. A partir desse momento a história do jogo jogado acabou, com raríssimas situações de golo em ambas as balizas: a partir daí houve apenas o golo (mal) anulado a Raphinha, a trapalhona cerimónia dos jogadores do Sporting na área adversária no lance final do jogo, e não me consigo lembrar de uma única ocasião em que o Moreirense pudesse ter chegado ao empate.

Diaby inconsequente - desta vez o maliano até fez uma exibição esforçada, com muito trabalho defensivo, mas na frente tem sido pouco mais que uma nulidade. Quando solicitado, Diaby raramente consegue orientar uma situação de potencial perigo com o seu primeiro toque se a bola lhe for endossada pelo ar ou se tiver um adversário nas costas - ou lhe passada rasteira para o espaço vazio, ou nada feito. 

Dost desinspirado - confirmou o mau momento de forma passando mais uma vez ao lado do jogo e executando de forma terrível no momento da finalização. E já se sabe que o holandês é jogador que, não estando inspirado na finalização, tem muitas dificuldades em ser útil à equipa.

Gestão do plantel e das substituições - conto escrever sobre isto em breve, mas Keizer tem de começar a abrir o onze a outros jogadores, sob o risco de rebentar fisicamente com os habituais titulares. Ontem foram vários os jogadores que acabaram de rastos - o que acaba por ser normal face aos jogos consecutivos que têm efetuado -, e, precisamente por isso, não se compreende como é que não usou o banco para refrescar determinadas posições.



Nota artística - 2

MVP - Ristovski

Arbitragem - tudo dito no parágrafos anteriores, com exceção de uma outra situação de dúvida num eventual penálti de Acuña. Apenas acrescento que o VAR (João Capela) agiu sempre bem: não podia intervir na falta sobre Dost, pois a falta foi assinalada fora da área; não podia reverter a decisão no golo anulado a Raphinha, pois as imagens do momento do fora-de-jogo não são conclusivas - a responsabilidade da decisão é do fiscal-de-linha, que, conforme o que dizem as regras, deveria ter dado o benefício da dúvida ao atacante.



Exibição sofrível que mantém a equipa na perseguição pelo 2º lugar. Segue-se agora um desafio complicadíssimo contra um Braga fresco (com vários titulares poupados na sexta-feira) e que encara os confrontos com o Sporting como se fossem os jogos da sua vida. Razão mais que suficiente para que a equipa esteja consciente que só poderá sair de lá com a vitória caso esteja disposta a deixar TUDO em campo.