O Sporting comunicou ontem à CMVM a formalização do acordo que permitirá a recompra de todas as VMOCs por um valor correspondente a 30% do seu valor nominal. Significa isto que os 135 milhões de VMOCs poderão ser resgatadas com um investimento de 40,5 milhões de euros, elevando a participação do clube no capital social da SAD na ordem dos 90%. Uma excelente notícia, ainda que não seja propriamente uma novidade: no essencial, falamos das mesmas condições negociadas por Bruno de Carvalho no pré-acordo anunciado há cerca de ano e meio. Foram introduzidas agora condições mais suaves de reembolso que permitirão à SAD dispor de uma maior percentagem das mais-valias de vendas de jogadores e de outras entradas de dinheiro.
Ainda assim, independentemente dos méritos de cada um, o importante é que se trata de um passo importantíssimo para a independência do clube face a outros investidores, e que afasta em definitivo o fantasma da perda de maioria da SAD. Há motivos para os sportinguistas ficarem satisfeitos com este acordo.
No entanto, convém lembrar que, ao contrário do que a comunicação social está a relatar, a recompra das VMOCs é apenas uma metade da reestruturação financeira que o clube necessita. Continua por realizar a igualmente essencial - e ainda mais urgente - reestruturação da dívida, prometida por esta direção em campanha eleitoral, e que consistirá na compra da dívida à banca com a participação de uma empresa financiadora, a troco de um haircut (ou perdão de dívida, se preferirem) substancial. Ainda há muito trabalho para fazer. Esperemos que não seja necessário aguardar mais um ano para termos novidades concretas nesta frente.