A diferença dentro das quatro linhas foi de tal forma clara em relação aos adversários, que acabaram por não existiram tantos momentos icónicos como em 2020/21. Ainda assim, aqui ficam os 5 jogos que, a meu ver, foram os mais importantes na caminhada para o 24º título nacional do Sporting.
5º A importância de se entrar com o pé direito
Sporting 3 - Vizela 2 (1ª jornada)
4º O murro na mesa
Vitória SC 3 - Sporting 2 (13ª jornada)
Apenas duas jornadas após a amarga derrota na Luz, registou-se este novo desaire. Mas a verdade é que a equipa parece ter sentido a injustiça, e soube reagiu da melhor forma possível, partindo para um resto de campeonato praticamente imaculado. 20/21 teve o 2-2 de Famalicão, 23/24 teve o 3-2 de Guimarães.
3º Vincar a diferença
Sporting 2 - Porto 0 (14ª jornada)
Encontro de líderes em Alvalade, com o Porto. O Sporting parecia em quebra, vindo de duas derrotas na três jornadas anteriores. Para além disso, somava-se a preocupação de haver 3 centrais indisponíveis (Coates e St. Juste lesionados, Diomande na CAN). Amorim apostou em Quaresma e o miúdo respondeu com uma exibição primorosa. Secou Galeno e ainda teve pernas para construir uma jogada primorosa com assistência para golo mal anulado a Gyökeres.O Sporting demonstrou ser muito superior ao Porto e, havendo justiça, o resultado devia ter sido 4-0 (ainda houve outro golo mal anulado a Paulinho). A equipa mostrou ter estofo para dar a volta ao pior momento da época e assumiu a liderança isolada do campeonato - que nunca mais largaria sem ser "à condição". Para além disso, foi o princípio do fim das aspirações do Porto ao título.
2º Momentos de Genyo
Sporting 2 - Benfica 1 (28ª jornada)
Geny Catamo ainda tem uma longa carreira pela frente, mas nunca se esquecerá deste jogo. Inaugurou o marcador logo ao 1º minuto, ainda o público de Alvalade não se tinha sentado após cantar "O Mundo Sabe Que", e garantiria a vitória nos descontos com um remate que levou o estádio à loucura.
O momento de Genyo teve ainda a particularidade de livrar Daniel Bragança de um estigma semelhante ao que Bryan Ruiz teve de suportar depois daquele falhanço no dérbi de 15/16. Não foi por esse lance que o Sporting perdeu esse campeonato - que se deveu muito mais aos boaventuras da vida - mas de certeza que não houve sportinguista que não tivesse revivido o momento quando, minutos antes ao golo de Geny, Bragança pisou a bola e não a conseguiu meter na baliza. Mas, felizmente, estava escrito que era uma época para matar fantasmas e não para os criar.
1º Quem é o Rei agora?
Famalicão 0 - Sporting 1 (20ª jornada)
4 de fevereiro. À partida para a 20ª jornada, o Sporting era líder isolado e mantinha 1 ponto de avanço sobre o Benfica, vantagem que se mantinha desde a derrota em Guimarães. Se na tabela classificativa a diferença era mínima, a nível exibicional não se passava o mesmo: enquanto o Sporting atropelava adversários e vencia de forma categórica, o Benfica ia-se aguentando com exibições sofríveis e pouco convincentes, parecendo sempre mais perto de ceder do que o líder.
Quem não foi na conversa foi Frederico Varandas. "Queremos chegar à nova data com menos um jogo e em primeiro lugar.". Não se enganou. O Sporting disputaria o jogo em atraso a 16 de abril, após a 29ª jornada, com um avanço de 4 pontos sobre o Benfica. Venceria o Famalicão por 1-0, aumentando para 7 pontos a vantagem sobre o rival, e colocando praticamente um ponto final sobre a questão do título.
O dérbi de Alvalade foi crítico para a definição do campeão, mas o jogo de Famalicão foi, para mim, o mais simbólico. E, ironia do destino, seria precisamente em Famalicão que o Benfica entregaria de bandeja o título ao Sporting.
Quem é o REI agora?