sábado, 31 de março de 2018

Imparáveis

O Sporting deu ontem um passo importante em direção à conquista do bicampeonato ao vencer o Benfica no Pavilhão da Luz por 24-29. O jogo foi bastante equilibrado durante a primeira parte (10-12), com o Sporting a entrar muito bem no regresso do intervalo e a conseguir construir uma vantagem de sete pontos sobre o adversário. O Benfica conseguiu reagir e reduzir a diferença para dois golos, mas a agressividade defensiva e o bom aproveitamento de uma vantagem numérica permitiram ao Sporting resolver em definitivo a partida no espaço de dois minutos (com dois golos de Pedro Portela e um de Carlos Carneiro), que podem ver no vídeo seguinte.


Aqui fica o resumo da partida:


O Sporting aumentou a distância para o Benfica para quatro pontos, tendo o Porto passado para a 2ª posição a três pontos do Sporting.


Depois de um arranque categórico nesta segunda fase, seguem-se agora dois jogos teoricamente mais fáceis no Pavilhão João Rocha frente ao Madeira SAD e ao Avanca. Por sua vez, o Porto terá um ciclo de jogos mais complicado: recebe o ABC na próxima jornada e desloca-se na seguinte ao Pavilhão da Luz.

sexta-feira, 30 de março de 2018

Humilhação



A notícia de que não haverá árbitros portugueses no mundial 2018 a desempenhar quaisquer funções - árbitro, assistente ou VAR - só pode ter surpreendido quem andava totalmente distraído. Nem a vantagem que tiveram pelo facto de Portugal ser um dos primeiros países a adotar o VAR em todas as competições principais foi suficiente para convencer a FIFA dos seus talentos. Num total de 99 juízes provenientes de 46 nações, Portugal não terá nem um para amostra.

Parabéns. É um justo reconhecimento da qualidade que têm demonstrado ao longo das últimas épocas, começando nos nossos árbitros de topo - se bem que seja discutível que a palavra topo possa ser utilizada no âmbito da arbitragem nacional -, que têm sido os coveiros do Sporting nas últimas épocas, e acabando nas aberrações que têm ultrapassado sistematicamente todos os limites imagináveis da incompetência.

Provavelmente alguns deles acharão injusto, já que a qualidade média das arbitragens dos mundiais tem sido miserável - a obrigatoriedade da representatividade dos vários continentes tem contribuído para que os mundiais tenham recorrentemente os seus escândalos. Vamos ver como correrá desta vez, sabendo-se que haverá VAR. Será curioso ver como se adaptarão os árbitros no recurso a esta ferramenta, alguns dos quais terão pouco tempo de experiência. Se por acaso conseguirem entre todos, vindo de competições tão díspares, manter um critério consistente, sem demasiados erros grosseiros... será uma grande vitória - e, ao mesmo tempo, uma humilhação para os árbitros cá do burgo, que ao fim de vários meses ainda andam a patinar nos critérios, muitas vezes ao sabor dos clubes que estão em campo.

Claro que tudo isto deveria servir para que a classe dos árbitros refletisse sobre o que acabou de acontecer... mas acredito mais que a reação geral seja a de descarregar a frustração nos desgraçados do costume - e provavelmente começando já no sábado, já que há uma equipa - aquela equipa que eles sabem - que está mesmo, mesmo a jeito de ser colocada de fora da corrida pelo título.

quinta-feira, 29 de março de 2018

O juiz angariador

Nas últimas semanas, a clubite na justiça tem sido tema bastante debatido devido às ligações perigosas entre dirigentes de clubes de futebol e elementos da máquina judicial. É amplamente conhecido que Rui Rangel é suspeito de ter interferido num processo judicial a pedido de Luís Filipe Vieira, por troca de promessa de um cargo na futura universidade do clube, e, mais recentemente, José Santos, funcionário judicial, é acusado de ter acedido a informações em segredo de justiça com o objetivo de as passar ao Benfica, com possíveis implicações para as investigações que decorriam. Perante casos tão graves, é legítimo que se questione a natureza de relacionamentos demasiado próximos entre elementos da justiça e dirigentes benfiquistas - ainda para mais quando se sabe que a oferta de convites é feita no "interesse exclusivo do SLB", citando palavras de Paulo Gonçalves, o rei das borlas.

Quando Paulo Gonçalves se referiu desta forma ao objetivo de convites, falava, de uma forma genérica, sobre os bilhetes que oferecia quer para a zona VIP quer para a bancada normal. Convites que, sendo um produto de cortesia assinalável perante pessoas que, de uma forma ou outra, podem ser úteis ao Benfica, não se aproximam minimamente à situação que vou mencionar a seguir.


Os convidados permanentes

Imaginem uma pirâmide formada por sócios e adeptos do Benfica. Na base, ou seja, a camada mais numerosa, estão os sócios e adeptos do Benfica que compram bilhetes avulso para jogos. Na camada acima, em quantidade inferior, estão os sócios que compram lugares anuais. A seguir entram os adeptos, sócios e meninos queridos que recebem convites avulso para a bancada. Depois há os adeptos, sócios e meninos ainda mais queridos que recebem convites avulso para a zona VIP. Mais acima ainda, há os adeptos, sócios e meninos especialmente queridos que recebem convites avulso para o Camarote Presidencial. E, finalmente, chegamos ao último nível da pirâmide: os "convidados permanentes do Camarote Presidencial". 

Como devem calcular, sendo o Camarote Presidencial uma zona de espaço bastante limitado, é de acesso muito restrito, normalmente, para o presidente e dirigentes de topo do Benfica, para alguns patrocinadores e para convidados de honra. Dentro do grupo dos convidados de honra, a maior parte varia de jogo para jogo, mas há alguns que têm lugar cativo. São estes os "convidados permanentes".

Nos emails divulgados pelo Mercado de Benfica, é possível encontrar listas destes convidados permanentes entre a época de 2013/14 e 2016/17. A lista mais antiga é a seguinte:

Fonte: blogue Mercado de Benfica

Como se pode ver, é uma lista bastante restrita que, propondo uma extensão de um direito que já existiria em 2012/13, e que, ao longo dos anos, se foi alargando a mais pessoas. Em 2016/17 a lista estava assim:

Fonte: blogue Mercado de Benfica


Numa altura, em que como referi no início deste post, o tema da promiscuidade entre a justiça e os clubes está na ordem do dia, acaba por ser relevante encontrar o nome do juiz Pedro Mourão nestas listas. O conjunto dos emails divulgados permitem perceber que, pelo menos entre a época de 2012/13 e 2016/17, tem sido, ininterruptamente, presença constante no camarote presidencial.


O juiz desembargador Pedro Mourão

O juiz Pedro Mourão já esteve diretamente ligado ao futebol, tendo sido presidente do Conselho de Disciplina durante alguns meses, em 2006. Atualmente cumpre funções no Tribunal de Relação de Lisboa. A proximidade a Vieira é óbvia: mesmo dentro dos convidados permanentes, costuma ter direito a lugares bastante próximos do presidente do Benfica, como se pode perceber dos exemplos abaixo.

Nota: o camarote presidencial do Benfica tem 8 filas. As imagens abaixo referem-se às 3 filas da frente.

Planta do Camarote Presidencial no Benfica - P. Ferreira, outubro de 2016; Fonte: blogue Mercado de Benfica
Planta do Camarote Presidencial no Benfica - Moreirense, novembro de 2016; Fonte: blogue Mercado de Benfica
Planta do Camarote Presidencial no Benfica - Boavista, janeiro de 2017; Fonte: blogue Mercado de Benfica

Pedro Mourão foi também membro da comissão de honra das candidaturas presidenciais de Vieira em 2012 e 2016:

Lista da Comissão de Honra da candidatura de Vieira de 2012; Fonte: blogue Mercado de Benfica

Lista da Comissão de Honra da candidatura de Vieira de 2016; Fonte: blogue Mercado de Benfica

Juiz... angariador

Desconheço qual o laço que une Pedro Mourão a Luís Filipe Vieira, pelo que não vou entrar em especulações, nem estou a insinuar que alguma vez tenha feito alguma ação que viole os seus deveres enquanto juiz. Simplesmente, numa altura em que se sabe que os dirigentes benfiquistas têm o hábito de recorrer a contactos que têm no aparelho judicial, este nível de proximidade não pode deixar de ser registado. Gostava de saber, por exemplo, se Pedro Mourão continua a ser presença permanente no Camarote Presidencial após ter rebentado o escândalo do processo Lex. É que, como se costuma dizer, à mulher de César não basta ser séria, tem também de parecer séria.

Ainda mais quando, na época passada, o próprio Pedro Mourão tomou a iniciativa de se oferecer para atrair elementos do sistema judicial até Vieira.

Fonte: blogue Mercado de Benfica

Um verdadeiro juiz... angariador.

quarta-feira, 28 de março de 2018

A extinção da equipa B

Ainda não percebi até que ponto a decisão está tomada, mas, ao que tudo indica, o Sporting prepara-se para extinguir a sua equipa B para abraçar a nova competição sub-23 promovida pela FPF. As dúvidas colocadas por Bruno de Carvalho quanto à continuidade do projeto de equipa B do Sporting já são antigas – começaram, pelo menos publicamente, na altura em que os restantes clubes da II Liga tentaram impor uma taxa de inscrição de meio milhão de euros para ser distribuída entre si - e têm-se adensado desde a última reunião de clubes na Liga.

No entanto, não me parece que esta decisão do Sporting seja motivada por questões financeiras. Seria bom que o presidente viesse esclarecer qual a posição do clube em relação a este assunto.

Não estando completamente por dentro das razões que levam o Sporting a considerar a substituição da equipa B por uma equipa sub-23, tal decisão parece-me bastante discutível. A II Liga é uma boa antecâmara de lançamento de jogadores jovens, pois, num ambiente bastante controlado, permite-lhes tomar contacto com uma realidade competitiva que replica algumas das dificuldades que poderão sentir quando chegarem à equipa principal do Sporting.

A transição das camadas de formação para o futebol sénior é um desafio exigente para qualquer jogador. E um dos motivos principais que levam a que exista essa dificuldade é a falta de competitividade nas camadas jovens. O nível de dificuldade das primeiras fases dos vários escalões é muito baixo, e só nas fases finais é que os jogadores têm a oportunidade de ter um calendário preenchido com jogos realmente competitivos. Dependendo do escalão, falamos de um, dois ou três meses de competição a sério no espaço de nove meses. Ou seja, seis, sete ou oito meses são um passeio. E é esse o meu receio em relação à competição sub-23: quantas equipas realmente competitivas existirão? Será um ambiente competitivo mais propício à evolução dos nossos jogadores do que a equipa B? Tenho muitas dúvidas.

Para além das diferenças entre ambas as competições, existe depois uma outra questão importante: apesar de, nos últimos anos, ter havido vários jogadores que passaram pela equipa B e que se conseguiram afirmar na equipa principal (Gelson, Podence e Rafael Leão) e outros com boas hipóteses de o conseguirem a curto/médio prazo (Matheus Pereira, Domingos Duarte e Francisco Geraldes), isso pareceu ser fruto mais do talento dos próprios jogadores do que do trabalho desenvolvido na equipa B. Porque, infelizmente, o nível médio exibicional da equipa B nos últimos anos tem sido uma desilusão, traduzindo-se em duas épocas consecutivas a lutar pela manutenção, quando existem outras equipas B a fazer percursos bastante mais confortáveis (Porto B, Guimarães B e Benfica B). 

Isso, a meu ver, é um indicador de que existe algo que não está a ser bem feito. A qualidade global das últimas fornadas pode justificar parte do insucesso (falo de uma forma genérica, já que todas elas incluem jogadores que poderão chegar longe), mas as contratações feitas também têm tido um aproveitamento muito fraco. Dos jogadores contratados, quantos poderão chegar um dia à equipa principal? Talvez Gelson Dala, Demiral, eventualmente um ou outro jogador que entretanto se consiga destacar.

Não sei quais serão os principais motivos que conduziram a este rendimento tão inconsistente – falta de competência no scouting? capacidade de investimento insuficiente? liderança da academia? -, mas o mais provável é que, não havendo uma reflexão séria e a tomada de medidas corretivas, os problemas existentes na equipa B transitarão para a nova equipa sub-23. Ou seja, continuaremos a ter as mesmas limitações na potenciação do talento desses jogadores para que cumpram aquele que deveria ser o objetivo nº 1 de um escalão de transição no futebol sénior: alimentar a equipa principal.

terça-feira, 27 de março de 2018

O aprendiz de diplomata

Que o Benfica é um clube que dedica uma imensa atenção à cortesia, já todos sabiam. Que o digam os amigos da arbitragem de Braga e Fafe, antigos responsáveis pelas classificações do CA, vogais da secção não profissional do CD, árbitros da TAD, delegados da Liga, observadores de árbitros, juízes, funcionários judiciais, meninos queridos, presidentes do IPDJ, vice-presidentes do IPDJ, amigos de vice-presidentes do IPDJ, diretores financeiros do IPDJ, filhos de diretores do IPDJ e tantos, tantos outros que, ao longo da última década, têm beneficiado de convites para o Camarote Presidencial ou para a zona VIP do estádio.

Vieira bem diz que o Benfica "tem de ser o primeiro em tudo até na cortesia". Justiça seja feita, não só parece andar a fazer um excelente trabalho nesse departamento, como parece empenhado em melhorar ainda mais, fazendo questão de aprender com os melhores dos melhores: os diplomatas de carreira. Só assim se compreende a marcação cerrada que, segundo o que os últimos emails publicados pelo blogue Mercado de Benfica deixam entender, o clube encarnado faz questão de fazer a variadíssimas embaixadas.

Tem particular graça, por exemplo, a insistência nos convites ao embaixador argentino. É possível que Vieira aprecie a arte da cortesia ao ritmo de um bom tango. 


Isto é que é vontade de aprender. Costuma dizer-se que a melhor forma de alcançar a excelência em qualquer atividade é recorrer a quem sabe do assunto. Considerando que ninguém percebe tanto de cortesia como os diplomatas, diria que o Benfica está realmente 10 anos à frente dos outros a este nível. Autênticos aprendizes de diplomatas.

E se bato na tecla da cortesia, é por estar certo que não existirão quaisquer outros tipos de interesses por detrás de convites feitos a pessoal de embaixadas. O secretário pessoal de Vieira explica melhor o que quero dizer...


(via @OhFazFavor)

... e o próprio presidente também.

23 para o mundial

O Euro 2016 demonstrou que existem três condições fundamentais para podermos ambicionar uma longa participação no mundial que se avizinha: a primeira é um onze sólido, construído em função das funções defensivas da maior parte dos jogadores; a segunda é ter Cristiano Ronaldo saudável e não demasiado desgastado; e a terceira é o fator sorte, em especial na obtenção de emparelhamentos favoráveis na fase a eliminar. Tudo o resto é opcional, nomeadamente no que diz respeito à existência de processos ofensivos oleados.

Considerando o que aconteceu nos jogos disputados pela seleção, podemos dizer que este duplo compromisso foi um semi-sucesso, já que Cristiano Ronaldo demonstrou que, sendo servido em condições, não deixará de meter umas batatas nas redes adversárias. Confirmou-se também que, com a bola nos pés, a seleção continua a mostrar pouco ou nenhum fio de jogo e que Fernando Santos parece ser incapaz de oferecer ao nosso jogo ofensivo mais do que a soma das individualidades que estão em campo. O que correu mal foi a vertente defensiva, pois a seleção apresentou-se muito mais frágil do que se esperaria, apesar de haver as (importantes) atenuantes de nunca ter podido contar com Pepe e de a metade mais recuada do onze nada ter a ver com aquela que será utilizada quando começarem os jogos a doer.

No jogo de sexta, Fernando Santos teve oportunidade para verificar que a estrelinha está em forma, mas ontem esticou demasiado a corda, pois não há fada madrinha que consiga sacar um encantamento que resista ao onze escalado contra a Holanda: uma linha defensiva totalmente nova (Mário Rui em estreia, Cancelo é um lateral que é mais extremo do que defesa) e um meio-campo composto por jogadores redundantes - um onze que se preze não pode utilizar em simultâneo mais do que dois jogadores de um grupo formado por Adrien, Manuel Fernandes, André Gomes e Bruno Fernandes, quanto mais os quatro em simultâneo.

Acredito que, mesmo assim, Fernando Santos tenha conseguido retirar algumas conclusões sobre com quem pode contar e sobre quem deve descartar no momento de escolher os 23 que irão à Rússia.

Aqui ficam os meus dois centavos sobre quem escolheria para o mundial. Separo os 23 em indiscutíveis (aqueles que TÊM de ser selecionados) e abertos a discussão (eu levaria, mas admito que possa haver uma decisão diferente da minha). Nas alternativas estão aqueles que podem ser considerados.


GR: os três guarda-redes parecem-me completamente definidos. Nem sequer existe a necessidade de abrir o grupo a um elemento mais jovem, já que quer Rui Patrício quer Anthony Lopes têm ainda muitos anos de carreira pela frente - e não existe nenhum guarda-redes jovem que me pareça justificar essa prova de confiança.

Laterais: na direita, Cédric e Nélson Semedo parecem seguros. Cancelo não tem as características necessárias e creio que, com a exibição de ontem, deverá ter hipotecado as suas hipóteses. Aliás, creio que Ricardo Pereira deveria ser estar à frente de Cancelo na hierarquia de laterais. Na esquerda, admito que Coentrão não seja indiscutível devido à inconsistência da sua condição física.

Centrais: o setor em que temos mais problemas. Pepe é o único central de qualidade indiscutível. Fonte já provou formar uma boa dupla com Pepe, pelo que também deverá constar da lista final. Bruno Alves, na minha opinião, poderá ir... por falta de alternativas. Para mim, Rúben Dias seria também chamado, porque é urgente rejuvenescer esta posição, já com um olho no Euro 2020.

Médios defensivos: não me parece que existam grandes dúvidas aqui. Rúben Neves, a fazer uma boa época (no Championship, convém sempre lembrar), até poderá ser considerado, mas creio que só será chamado em caso de indisponibilidade de William e Danilo.

Médios de transporte: é, provavelmente, a posição em que mais concorrência existe. Considerando o momento de forma atual, só um jogador estará certo: Bruno Fernandes. João Mário, que é um dos elementos do núcleo duro da seleção, não deixará de fazer parte da convocatória se tiver um ritmo competitivo minimamente aceitável. Adrien, se continuar a ter poucos minutos, poderá ter problemas. André Gomes, para mim, já nem deveria ser hipótese. Moutinho garante melhor rendimento (ainda que também há muito não faça exibições verdadeiramente convincentes), e mesmo Manuel Fernandes e Pizzi deveriam ser considerados à frente do jogador do Barcelona.

Extremos / alas: Nani, com uma época pouco conseguida, não deverá conseguir fazer parte dos 23. Quaresma, Bernardo, Gelson e Guedes não só oferecem qualidades que poderão ser importantes em diferentes cenários de jogo, como também estão a fazer excelentes épocas nos seus clubes.

Pontas de lança: Cristiano Ronaldo e André Silva estão muito acima da concorrência. Não estou a ver Eder, o talismã de França, a fazer parte do grupo do mundial.

Quais seriam as vossas opções?

segunda-feira, 26 de março de 2018

Demonstração de força

Depois de ter alcançado 21 vitórias consecutivas na 1ª fase - incluindo uma 2ª volta 100% vitoriosa -, o Sporting iniciou ontem a sua participação na 2ª fase do campeonato de andebol com uma vitória absolutamente categória sobre o ABC por 34-22. Uma vantagem que começou a ser construída desde o início de jogo e que se manteve folgada durante todo o jogo, mostrando que a máquina parece estar perfeitamente carburada para enfrentar os desafios da fase decisiva da época.

Aqui fica o resumo da vitória:


A 2ª fase já tinha começado bem para o nosso lado com o empate do Porto em Avanca, o que nos permitiu, desta forma, ganhar mais um ponto de avanço sobre um dos candidatos ao título.

Na próxima jornada o Sporting tem uma deslocação importantíssima ao Pavilhão da Luz, para defrontar o Benfica: uma vitória permitirá alcançar uma vantagem importante, enquanto uma eventual derrota permitirá ao Benfica alcançar-nos na classificação. Aliás, as próximas cinco jornadas serão particularmente complicadas, pois incluem deslocações aos pavilhões de Benfica, Porto e ABC. Mas, olhando para o momento de forma da equipa, o Sporting parece completamente preparado para ultrapassar os obstáculos que o separam do bicampeonato.


Como o Mundo ficou pequeno (@3295c_)

Novo texto do @3295c.




Cumprem-se cinco anos de Bruno de Carvalho como Presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portugal. Fazendo uma observação mais genérica do que é hoje o Clube e recuando precisamente cinco anos e fazendo o mesmo exercício, facilmente se percebe que as duas realidades são bastante diferentes.

As diferenças são tantas que até o orgulho de ser Sportinguista, para muitos, saiu do armário. Revela-se cada vez mais e em várias ocasiões e circunstâncias. Continua o futebol a ser motivo de encolher-se os ombros pelo título que ora foge ora é negado, apesar do mérito e da qualidade. 

No entanto, até no futebol a realidade da equipa principal era muito diferente da que hoje encontramos. Não apenas no plano financeiro, da valorização dos activos, mas também no desportivo. Fábio Coentrão e Jérémy Mathieu trocaram o Real Madrid e o Barcelona, respectivamente, pelo Sporting, o que dispensa comentários.

As diferenças de realidades, separadas por cinco anos, são de tal forma abissais que até alterou a paisagem da cidade de Lisboa e a sua toponímia. Agora há uma rotunda Visconde de Alvalade, que a Câmara Municipal de Lisboa prestou a devida homenagem e tributo.

Veja-se a forma como decorre a celebração do centenário de Peyroteo, com a informação impressionante que tem sido divulgada, em termos de números, oficiais, que realmente não deixam dúvidas quanto à grandeza dessa verdadeira máquina de golos. Que coincidiu com a atribuição de uma Quina de Ouro de carreira e prestígio, por parte da Federação Portuguesa de Futebol. Um assinalável reconhecimento, mas que deverá apenas ser o início de muitas outras formas. Peyroteo merece e por uma razão simples: foi mesmo o maior de todos os tempos e não apenas em Portugal.

Fecho com o maior evento, no que à internacionalização do Clube diz respeito, que irá decorrer este ano: as comemorações dos 40 anos da visita do Sporting à China.

Não tenho dúvidas que se trata do maior evento porque as entidades envolvidas, a exposição itinerante – irá para Pequim no dia 10 de Junho e ficará no Ministério do Desporto –, que foi inaugurada recentemente à entrada da Tribuna Presidencial de Alvalade e até o simbolismo da digressão assim o determinam.

Foto: César Santos/Jornal Sporting
O Sporting, com João Rocha como Presidente, foi à China em Junho de 1978 numa altura em que o país estava completamente fechado a tudo o que estava relacionado com o Ocidente. Para se ter uma ideia, na música, o único som que era permitido ouvir era a 9.ª Sinfonia de Beethoven. Por exemplo, só a 1 de Janeiro de 1979 é que os Estados Unidos reconheceram Pequim como a capital da República Popular da China, uma vez que até então era Taipei o local onde, inclusive, estava situada a embaixada norte-americana.

Com a expansão das Academias e fazendo valer o forte código genético da formação, que levou 10 Aurélios a trazerem um título europeu para o país, Bruno de Carvalho assume-se como o Presidente que superou o paradigma do fundador. A fasquia, agora, já não é ser tão grande como os maiores da Europa e o Mundo parece agora pequeno.

Sem nenhum mas, algum porém, qualquer no entanto ou um todavia, só há uma pergunta que fica por fazer e cuja resposta será dada por cada um, Sócio, adepto ou até rival, numa assumpção inequívoca de que tudo está diferente: para melhor ou pior?

sexta-feira, 23 de março de 2018

Com testemunhas abonatórias destas, quem precisa de advogados de acusação?

Artigo do site O Mirante, jornal da região de Santarém (LINK), onde o ex-presidente da Junta de Freguesia do local de residência de Paulo Gonçalves tece rasgados elogios ao assessor jurídico do Benfica.

Os exemplos dados para elogiar Paulo Gonçalves é que se calhar poderiam ter sido melhor escolhidos, digo eu... 

(via @captomente; obrigado, Carlos!)

Dissertação de Janela sobre Luís Bernardo

Imagem retirada da cartilha nº 34/2016, de autoria de Carlos Janela, onde foram dedicadas algumas linhas àquele que é hoje o seu superior hierárquico. Vale o que vale, mas que não deixa de ter a sua piada...



A “redução” de 100 milhões da dívida do Benfica



O Benfica anunciou no princípio do mês, por Domingos Soares de Oliveira, que irá levar a cabo uma operação de antecipação de receitas do contrato de direitos televisivos com a NOS na ordem dos 100 milhões de euros, utilizando depois esse dinheiro para abater a dívida bancária. Ontem, Luís Filipe Vieira voltou a recuperar o tema no discurso que fez na gala Cosme Damião, referindo, precisamente, que o Benfica se prepara para reduzir a dívida bancária em 100 milhões de euros.

É uma operação que poderá ser interessante para a SAD, no sentido em que se aliviará da pressão feita pelos bancos e até, eventualmente, poderá conseguir obter taxas de juro mais vantajosas.

Mas, a não ser que haja algum dado que não esteja a ser referido, isto não é nem uma redução da dívida nem uma redução do passivo. É apenas uma reestruturação da dívida, em que se troca um mecanismo (empréstimos bancários) por outro (factoring). Poderiam, em alternativa, ter contraído novo empréstimo obrigacionista - este ano vence um empréstimo de 45 milhões -, mas provavelmente seria complicado, com todos os casos judiciais que tem havido, conseguir arranjar investidores para uma verba tão elevada de uma só vez (os 45 milhões, mais os 100 milhões, mais 5 ou 10 milhões para gestão de tesouraria, que tem sido prática corrente na renovação deste tipo de empréstimos).

Basicamente, o Benfica vai ceder as receitas dos próximos anos do contrato da NOS a uma entidade financeira ainda não anunciada, recebendo de imediato os 100 milhões (provavelmente deduzidos de uma comissão) e entregando esse dinheiro à banca para abater os empréstimos existentes. Na prática, troca um tipo de dívida por outro do mesmo valor. Nem baixa a dívida global, nem baixa o passivo. Só baixará se o Benfica realizar paralelamente outros reembolsos utilizando dinheiro proveniente das suas receitas ordinárias (bilheteira, patrocínios) ou extraordinárias (vendas de jogadores).

Ou seja, esta troca nem é boa nem é má para as contas do Benfica. É uma opção financeira legítima que terá um impacto relativamente reduzido no estado geral das contas da SAD.

Muito interessante foi ver a análise de Rui Pedro Braz a esta questão. Sendo o comentador da TVI24 um feroz crítico da opção do Sporting em antecipar receitas, é natural que haja curiosidade para saber qual seria a sua reação a este anúncio do Benfica.

Mais uma vez, não desiludiu, como poderão observar no vídeo abaixo, que agrega duas intervenções feitas no espaço de um par de dias. Vejam, não se vão arrepender.

(obrigado, Diogo!)

quinta-feira, 22 de março de 2018

O Instituto dos Profissionais Das Borlas

A edição de hoje do Record - a primeira após a saída de Nuno Farinha do jornal - chama a atenção para as cunhas metidas por elementos do IPDJ para ver jogos do Benfica:




O artigo é esclarecedor. Refere, e bem, a quantidade de pedidos feitos por pessoas que trabalham para o instituto que tem a responsabilidade de regular a atividade dos clubes de futebol enquanto promotores de espetáculos desportivos - com especial incidência para o comportamento e controlo das claques.

É impossível não se ficar com uma certa comichão quando se vê o presidente do IPDJ a pedinchar bilhetes e, mais tarde, andar a dizer que os adeptos do Benfica não têm sido um problema para o IPDJ e para a polícia - quando toda a gente sabe que são recorrentes as situações de indisciplina e caos que vão semeando nos estádios de futebol e nas suas imediações. Claques ilegais que, como todos sabem, recebem apoio ilegal do próprio Benfica, desde o logístico - cedência de instalações, aluguer de carrinhas e pagamento de combustível para deslocações a outros estádios - até no pagamento a advogados para defesa de elementos desses grupos de adeptos em processos criminais que nada têm a ver com o clube - sobre isso, podem recordar o caso no post que escrevi há um mês (LINK).

É o mesmo instituto que colocou um processo ao Sporting por prestar apoio a claques ilegais por ter permitido a entrada de uma faixa dos Diabos Vermelhos num dérbi, e é o mesmo instituto que fecha os olhos aos cânticos benfiquistas que celebram a morte de Rui Mendes no Jamor, enquanto colocam processos às claques de Sporting e Porto quando fazem números semelhantes.


O Sr. Dr. João Bibe fazia muito gosto

Mas a comichão passa a náusea se olharmos para a forma desavergonhada como estas pessoas do IPDJ se fazem ao convite. Ora vejam:

(via @OhFazFavor)

Os bilhetes pedidos eram para a família da diretora financeira do IPDJ, para o Benfica - Newcastle, disputado em abril de 2013. Dois dias depois, foi feita uma adenda ao pedido:


Como seria de esperar num clube tão cortez, os bons ofícios solicitados foram disponibilizados.


O Sr. Dr. João Bibe era, na altura, vice-presidente do IPDJ, com uma apetência comprovada de abuso do cargo para proveito pessoal, conforme se pode ver nesta notícia do jornal i de 2012:

Fonte: Jornal i

O Sr. Dr. João Bibe abandonou o IPDJ em janeiro de 2014, sendo, atualmente, vogal do Conselho Fiscal da RTP. É extraordinário como é que um indivíduo com este currículo continua a desempenhar funções desta natureza em empresas públicas.


De IPDJ para IPDB: o Instituto dos Profissionais Das Borlas

No arquivo de emails disponibilizado pelo blogue Mercado de Benfica, podem encontrar-se inúmeros pedidos de bilhetes por parte do IPDJ. De todos os emails que vi por aí, o mais revelador da bandalheira que por ali vai, é este que poderão ver a seguir. Vejam bem se isto não é uma pouca vergonha:

(via @OhFazFavor)

O filho de 12 anos de uma vogal da administração de um outro instituto gostou tanto de ir à bola, que de imediato a secretária de administração do IPDJ teve de pedinchar convites para outro jogo. Isto é andar a brincar com os recursos públicos. De certeza que não é para isto que o Estado lhes paga.

Para terem uma ideia melhor da cultura de solicitação de borla que se instalou no IPDJ, aqui ficam mais alguns exemplos.

Convite para o Senhor Presidente para a Eusébio Cup:


Seis convites para um Benfica - Rio Ave...


... com direito a encore para mais dois:


Mais um convite para o Sr. Presidente, para o Camarote Presidencial...


... e mais seis em nome do Dr. João Bibe:


Cunha para o Senhor Secretário de Estado:


Bilhetes e viagens, anyone?


E mais um especial favor e atenção para terminar:


Isto, obviamente, vai muito para além do cumprimento dos deveres destes indivíduos enquanto responsáveis do IPDJ. Usaram o cargo para obter bilhetes para si e para outras pessoas, não se coibindo de solicitar, em alguns casos, lugares para o Camarote Presidencial. Infelizmente, a inação do IPDJ no que diz respeito ao Benfica não deixa ninguém descansado quanto à não existência de contrapartidas pelos bons ofíciospreciosas colaborações e especiais favores e atenção que foram solicitando ao longo de todos estes anos.

Como apaparicar um menino querido

Os emails divulgados no passado domingo pelo blogue Mercado de Benfica têm estado a ser partilhados um pouco por toda a parte nas redes sociais, e se há alguma conclusão que pode ser retirada do que se tem visto é: muita borla há naquele clube.

Começando por contextualizar: o arquivo de email que foi disponibilizado pelo Mercado de Benfica é de Ana Paula Godinho, responsável pelo protocolo do Benfica, nada mais nada menos do que uma das pessoas por quem passam os convites para jogos realizados no estádio da Luz. Num desses emails, referente à época 2010/11, pode ver-se o próprio Domingos Soares Oliveira a fazer uma estimativa das borlas providenciadas pelo Benfica em cada jogo:

(via página Facebook Papa Pinto da Costa)

Uma média de 5.000 borlas por jogo, valendo mais de 2 milhões de euros por ano, é dose. Mas, como se sabe, não existe em Portugal clube mais cortês do que o Benfica.

Desconheço se Domingos Soares Oliveira conseguiu reduzir o número de borlas desde 2010, mas a avaliar pelos emails que têm vindo a ser conhecidos ao longo dos últimos meses, suponho que haja uma margem imensa para continuar esse trabalho de redução.

Agora: observando a correria ao convite em jogos rotineiros do Benfica, não será difícil imaginar o que terá sido o trabalho do protocolo quando o Benfica se qualificou para a final da Liga Europa. Não deve ter sido fácil gerir a distribuição de uma quantidade (muito) mais limitada de lugares por uma clientela bastante vasta.

Sendo uma ocasião especial, o Benfica decidiu (como é natural) distribuir convites pelos órgãos sociais, comissão executiva, ex-presidentes e antigas glórias do clube, por altos funcionários da FPF, Liga, associações distritais de futebol, APAF, ANAF, ANTF, Sindicato de Jogadores, clubes da I e II Liga, alguns membros do Governo e das Câmaras de Lisboa e Seixal, e ainda por uma série de convidados do presidente onde se incluiam figuras públicas das mais diversas áreas da sociedade.

Para se ter uma noção da escassez de lugares, basta verem como foi atendido o pedido de bilhetes do presidente da Estradas de Portugal - que, para todos os efeitos, é uma empresa pública de relevo. Aqui está o pedido...

(via @OhFazFavor)

... e aqui a resposta de Domingos Soares de Oliveira:


Como se pode ver, não se andavam a distribuir bilhetes a qualquer um que o solicitasse. Como tal, acaba por ser estranho - ou talvez não - ver na lista de convites para a final de Amesterdão um determinado nome na categoria "Convidados do Presidente":

(via @OhFazFavor)

O convite incluia viagem de avião.


Recordo que este convite aparece pouco mais de um mês depois do famoso email de Nuno Cabral a Paulo Gonçalves onde expressava a sua ambição de se tornar um menino querido do Benfica. Nuno Cabral que, à data, era delegado da Liga, e que usava o seu cargo para obter e enviar informações para o Benfica, conforme revelou Francisco J. Marques no Porto Canal.

Um ano depois, quando o Benfica repetiu a presença na final da Liga Europa, em Turim, o nome de Nuno Cabral voltou a aparecer na lista de convidados do presidente.




Nuno Cabral continuava a ser delegado da Liga em maio de 2014 - só abandonaria a liga dois anos mais tarde.

Considerando os serviços prestados por Nuno Cabral, não é complicado perceber as motivações de quem lhe atribuiu estes convites. Não terá sido por caridade que lhe ofereceram dois bilhetes para finais europeias, uma viagem paga a Amesterdão e uma viagem paga a Turim.

Isto sim, é um menino querido bem apaparicado.

P.S.: quando andava à procura de elementos para este post, esqueci-me de anotar a fonte de algumas das imagens que aqui coloquei. Peço desculpa a essas páginas. Se por acaso conseguir reencontrar os locais de onde as retirei, colocarei de imediato aqui as fontes.

quarta-feira, 21 de março de 2018

Brunão

Pequeno vídeo com algumas jogadas de Bruno Fernandes nas competições europeias. Que craque!

(via @BTLComps)


Zero shades of grey


"Os presidentes dos três grandes fazem o pleno na justiça: todos arguidos". A imagem acima refere-se ao comentário de ontem de Rui Pedro Braz sobre a notícia de Bruno de Carvalho ter sido constituído arguido num processo de difamação que lhe foi colocado por João Paiva dos Santos. A ideia principal que o comentador da TVI24 tentou transmitir foi precisamente a que a frase indica: nenhum adepto pode apontar o dedo aos outros clubes porque todos os presidentes se sujeitam, no decurso dos seus mandatos, a serem arguidos.


Do meu ponto de vista como sportinguista, considero que aquilo que João Paiva dos Santos fez é imperdoável. Tem todo o direito de querer ser oposição à direção atual, mas, para mim, um sportinguista que, num período de guerra aberta com o Benfica, decide aliar-se ao Guerra contra o seu próprio clube, não tem lugar no Sporting. Bruno de Carvalho não costuma ser suave e diplomático nos seus posts, mas se é este que esteve na base do processo (LINK) então não me parece que tenha dito grandes mentiras.

A linha de argumentação seguida por Braz não é nova. A generalização tem sido uma técnica abundantemente utilizada - e em especial nos últimos meses - de forma a atenuar os incidentes de uns e agravar os incidentes de outros. Estar a colocar ao mesmo nível um caso de corrupção de um juiz ou de um oficial de justiça - com escutas, mensagens de Whatsapp e outras provas materiais recolhidas em buscas a suportar as suspeitas - com um caso de difamação é a mesma coisa que colocar ao mesmo nível um Bruno Fernandes, um Brahimi ou um Jonas com um caceteiro das distritais. Em última análise são todos jogadores de futebol, mas nunca podem ser misturados na esmagadora maioria dos contextos.

O mundo não pode ser visto a preto e branco, pois existe uma infinidade de tonalidades de cinzento entre os dois extremos. No contexto atual, quem se puser a equiparar - de qualquer forma que seja - a situação judicial dos três presidentes, não estará a fazer mais do que passar um atestado de estupidez ou de desonestidade a si próprio. Infelizmente, vi muito disso, quer em blogues benfiquistas, quer no Twitter, mas não posso dizer que tenha ficado surpreendido.

terça-feira, 20 de março de 2018

Zangam-se as comadres

Tem sido curioso ver a troca de bocas que tem havido entre José Eduardo Moniz e Rui Gomes da Silva. É costume dizer-se "zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades", e, no programa de ontem, Rui Gomes da Silva deixou entender que, dentro da direção do Benfica, existem movimentações no sentido de ocupar uma posição de maior relevo de forma a reforçar o posicionamento num eventual cenário de sucessão presidencial.

Há uns meses, já tinha colocado aqui a hipótese Nuno Gaioso (LINK) que, segundo as palavras de Rui Gomes da Silva, terá saído reforçada com a entrevista de há duas semanas na SIC Notícias em reação à prisão de Paulo Gonçalves.

Aqui ficam as palavras do ex-vice do Benfica.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Ainda bem que não era um técnico do INEM

No Dragão não teria havido golo: não só seria provável que os apanha-bolas estivessem Missing in Action, como até poderia haver o azar adicional de, ao sair, a bola se ter dirigido para o buraco negro que é a zona dos técnicos do INEM... já se sabe que bola que lá entra é bola que não volta a ser vista.



Fechando o ciclo em alta

Não se poderia desejar melhor forma de terminar um ciclo absolutamente infernal. Menos de 72 horas após ter disputado uma eliminatória da Liga Europa com direito a desgaste suplementar de um prolongamento, era natural que se temesse complicações adicionais de um adversário que sabe jogar, mas a realidade acabou por ser bem diferente: o Sporting fez uma excelente exibição e venceu de forma incontestável. A partida acabou por ser relativamente tranquila porque a equipa soube adaptar-se ao que o jogo ofereceu, e qualquer incerteza que tenha havido em relação ao resultado deveu-se, única e exclusivamente, à infelicidade no momento da finalização.




A exibição - pressão alta, velocidade de execução mais elevada do que tem sido norma e maior insistência na verticalização e no aproveitamento de toda a largura do campo para desmontar a defesa adversária. Tudo isto resultou uma das melhores exibições da época, com futebol agradável em largos períodos de tempo e na criação de um elevado número de ocasiões para marcar, ao mesmo tempo que se controlou quase sempre bem as iniciativas ofensivas adversárias.

Gelson - O (excelente) golo e a assistência para Dost foram, obviamente, os momentos altos da exibição de Gelson, mas não se limitou a isso. Para além da habitual disponibilidade defensiva, esteve também na origem de várias outras situações iminentes de golo, como a combinação com Coentrão na jogada em que o lateral rematou (intencionalmente) ao poste. O melhor em campo.

Dost de volta aos golos - regressou aos golos depois do jogo menos feliz realizado em Plzen, e assistiu Gelson com um amortecimento de bola açucarado. No entanto, há que dizer que não começou bem o jogo do ponto de vista da finalização, permitindo defesas a Cássio em duas situações em que, isolado, poderia e deveria ter feito melhor.

O Patrício é para as ocasiões - a única oportunidade do Rio Ave em todo o jogo surgiu no final da primeira parte, com um remate que embateu em Mathieu e, traiçoeiramente, mudou de trajetoria na direção da baliza junto ao poste. Remate que ia com selo de golo e que apenas não o foi devido a uma extraordinária parada da luva direita de Rui Patrício. Que. Época.

Outras menções honrosas - Piccini e Coentrão consistentes na defesa e atrevidos no apoio ao ataque; trabalho de Coates no segundo golo; muito William na segunda parte; mais uma boa exibição de Rúben Ribeiro; Bruno Fernandes a ser Bruno Fernandes; e, claro, a participação do apanha-bolas no primeiro golo.

Estatística interessante - há uma volta em que o Sporting não sofre golos em casa para o campeonato. A última equipa a marcar golos ao Sporting em Alvalade foi o Braga, o nosso próximo adversário.




Ferros e Cássio - mais uma vez, foi a finalização que não nos permitiu acabar mais cedo com as dúvidas no resultado, mas há que dizer que, desta vez, não houve muitos falhanços escandalosos. Muito mérito para Cássio, com várias defesas de grande categoria, e o excesso de pontaria aos ferros: quatro, divididas entre Fábio Coentrão e Bruno Fernandes.

Acuña a menos - entrou complicativo e poucas coisas lhe correram bem. O Sporting acabou por perder com a sua entrada, já que Rúben Ribeiro estava a fazer um bom jogo.



MVP: Gelson Martins

Nota artística: 4

Arbitragem: Rui Costa não tem jeito para isto. Um penálti por assinalar sobre Bruno Fernandes - há um toque subtil no seu pé, igual a muitos outros toques subtis noutras zonas do campo em que o árbitro marcou falta -, e várias faltas mal assinaladas. Nada que não se esperasse, infelizmente.



Finalmente, uma pausa na competição. É certo que metade do plantel vai estar ao serviço das seleções, mas mesmo esses interrompem a sequência ininterrupta de jogos de 3 em 3 dias. Um ritmo competitivo que causou mossas mas que não nos retirou de nenhuma das competições. Em abril há mais.